DOCINHO - O PROFESSOR - LIVRO 1 - SEGUNDA PARTE

0
CHARLOTTE

"Resolvi esperar embaixo de uma árvore, do outro lado da rua. Peguei o celular e comecei a digitar uma mensagem para os dois quando o carro preto e alto parou ao meu lado. O vidro escuro abaixou lentamente revelando o meu professor fantástico com seus óculos escuros. Ele realmente ficava semelhante a um Deus estando daquela forma.
- Charlotte – disse secamente me intimidando.
- Professor – engoli em seco sem saber o que ele queria parado em um lugar tão movimentado por alunos.
- O que você falou com a sua amiga? – respirei fundo sem entender, mas então me dei conta.
- Nada – disse simplesmente – Apenas que o senhor está me ajudando a salvar o meu projeto.
- Não pareceu nada pela forma como ela falou hoje no restaurante – fiquei meio segundo sem saber se xingava ele ou se simplesmente o ignorava. O que Alex estava pensando que eu era?
- Deve ser o seu medo absurdo por estar cometendo algo ilícito, professor. Ele está fazendo com que o senhor enxergue o que não existe, onde não há nada.
- Não é... – ele comprimiu os lábios, formando uma linha reta. – Não é ilícito, tá legal? É imoral, antiético, socialmente incorreto...
- Tá! – o interrompi bruscamente. – E aonde isso vai nos levar mesmo? – ele parou surpreso, umedeceu os lábios e depois sorriu.
- Você não contou nada mesmo? – falou olhando para frente.
- Eu não vou responder, professor. Se não confia em mim esta é a sua chance de ir embora – e eu senti uma raiva incomum se apossar de mim. Ele ficou em silêncio, sem me olhar, mas também não foi embora, como eu pensei que faria.
- O que faz aqui?
- Estou aguardando Johnny e Miranda – eu me sentia como uma criança sendo repreendida. Respirei fundo contendo a minha raiva.
- Quer uma carona? – o que?
Ele parava ali, me acusava de ser uma fofoqueira, falava comigo daquela forma absurda e me oferecia uma carona como se não tivesse feito nada de errado?
- Não, professor, obrigada! – Alex olhou para os lados conferindo o movimento, retirou os óculos, o que me fez ajeitar os meus em uma mania incontrolável, e me encarou.
- Entre no carro, Charlotte! – e meu corpo inteiro eriçou.
- Eu...
- Entre – olhei para os lados e então como se minha vida dependesse disso, acelerei o passo e entrei, como uma criminosa, no carro do meu professor."

0 comentários:

Postar um comentário