Docinhos: Função CEO - A Descoberta da Verdade (parte 24)

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"- Oi! – minha voz melosa, carregada de emoção, deixava claro o quanto eu o amava. – Deu tudo certo – ele sorriu e brincou com a caneta em sua mão.
- Eu sei. Carol me avisou.
Puta merda! Robert Carter era tão broxante!
- Falou? Pelo visto a “amizade” entre vocês vai além do combinado – ele puxou o ar e o soltou com uma risada curta e abafada.
- São as curvas das estradas, Melissa – senti uma raiva que me consumiu. Cogitei a possibilidade de avançar sobre ele e acertar aquele soco tão desejado. Mas me contive. – Sente, vamos conversar. Adam deve chegar a qualquer momento – ele voltou a analisar os seus papéis enquanto eu caminhava para a cadeira ao seu lado. 
- O que pretende fazer?
- Pressioná-lo. Quero conseguir as informações que ele possui. 
- Não vai dar certo – sentei e tentei prestar atenção ao que ele tanto analisava. Eram os relatórios referente ao erro de planta. – Adam quer algo em troca...
- Não – foi categórico.
- Não estou te pedindo permissão para nada – rebati captando a sua atenção. – Eu sacrifiquei muito do que amo para conseguir destruir Tanya e não vou perder esta oportunidade simplesmente porque você não consegue confiar em mim.
- Eu confio em você e já conversamos sobre isso. Está ficando cansativo, Melissa.
Se tinha uma coisa que eu odiava em Robert Carter era a sua facilidade de desfazer do que eu queria. De tentar me fazer a aceitar a sua vontade me intimidado. Era o que ele estava fazendo naquele momento, jogando com os meus sentimentos, fazendo-me temer perdê-lo por insistir em bater na mesma tecla.
Que se dane!
- Vou ameaçar processá-lo pelo problema com a troca das plantas. Vou acusado pelo crime, demiti-lo e pedir uma indenização pelos danos financeiros Vou...
- Primeiro: eu ainda sou a sócia majoritária. Segundo: você não tem como acusá-lo de nada disso. Terceiro: não vou permitir que coloque Adam na cadeia antes que ele me ceda, gentilmente, a informação que tanto desejo.
- Não me provoque – desta vez ele foi mesmo intimidador. Instintivamente recuei na cadeira e tenho certeza de que meus olhos ficaram arregalados. – Eu tranco você naquele quarto até que Adam seja reduzido a pó. 
- Não adianta tentar me fazer ter medo, Robert. Você não tem provas contra Adam. O máximo que vai conseguir, se é que vai conseguir alguma coisa, é despertar a ira de Tanya. Ela não vai hesitar em entregar as provas que tem contra você e o fará, se sentir que pode perder de alguma forma – ele ficou calado. Sua língua umedeceu o lábio inferior enquanto ele me analisava. – Eu cheguei até aqui, Robert. Fiz tudo da forma certa. Todo mundo acredita que não te amo mais. Adam acha que eu quero me vingar de você e com isso pensa que posso dar este passo. 
- Não vou aceitar. O que está pensando? Que posso ficar quieto vendo o Adam se aproveitar desta situação? Que vou te entregar de mãos beijadas para ele? 
- Vai ser mais uma farsa.
- Não estou de acordo. Existem outras formas.
- Nenhuma que nos traga resultado tão rápido.
- Não, Melissa! – falou um pouco mais alto. – Por Deus! – passou a mão nos cabelos e fechou os olhos como se procurasse pelo equilíbrio necessário para continuar naquela sala. Sem pensar duas vezes, repeti o seu gesto.
- Você pode desfilar com Carol, tonar-se cada vez mais íntimo e mesmo assim acha que pode decidir como eu devo ou não agir – mantive a voz baixa e calma. Era como uma lamentação e não uma cobrança.
- Não seja infantil. Isso foi ideia sua.
- E você nem é mais meu namorado – constatei sem me importar com seus argumentos. Robert se calou. Nossos olhos estavam fixos um no outro e neles estava a dor daquela constatação.
- Melissa...
- Sinto a sua falta – mais uma vez ele foi pego de surpresa.
Robert encostou-se a mesa. O cotovelo sobre esta, onde ele apoiou a cabeça, virando o corpo em minha direção. Seus dedos brincaram com seus cabelos enquanto ele pensava sobre o que deveria ou poderia falar naquele momento. Mordeu o lábio inferior, ainda me encarando e depois soltou o ar, visivelmente mais relaxado.
- Eu também – revelou por fim. – Eu também sinto a sua falta, Mel.
Aquelas palavras, assim como toda a atmosfera que se fez para contemplar sua revelação, durou poucos segundos. E um momento ele me encarava com os olhos cheios de amor e no outro, um átimo de segundo depois, estava de volta a sua posição. Os olhos presos em seus papeis e o gelo da sua distância esfriando o meu corpo. Foi quando ouvi o barulho do elevador abrindo suas portas.
Robert era muito melhor naquele jogo do que eu. Ele estava constantemente atento. Seu personagem estava sempre à espreita, pronto para assumir mais uma vez a sua personalidade, enquanto eu continuava lá, desconcertada, ansiosa e temerosa ao mesmo tempo. 
- E eu ainda sou o seu namorado, Srta. Simon.
Ele disse pouco antes de Adam Simpson alcançar a sala e furar a nossa bolha. Estávamos de volta ao jogo."

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