O Professor - Capítulo 14

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CAPÍTULO 14

POV EDWARD

    - Vai ficar calado a noite toda? – Olhei de soslaio para o meu irmão.
    Não estava com raiva, mas terrivelmente frustrado. Naquela hora e exato momento eu deveria estar na cama com Isabella Swan, a mulher da minha vida. Estaríamos recuperando todo nosso tempo gasto sentindo medo ou culpa. Porém meu irmão e meu cunhado escolheram, justamente aquela noite, para um encontro entre amigos. Era realmente uma merda!
    Tomei mais um gole da minha cerveja e resolvi ignorar o fato de eles estarem há uma hora fazendo piadas sobre meu relacionamento com a minha aluna. Eles já tinham tentado de tudo. Sinceramente eu perdi a maior parte do que diziam, estava tão imerso em pensamentos e lembranças que não conseguia me concentrar em nada. Eu só conseguia pensar naquela boca, corpo e sorriso... Beber era uma boa pedida.
    - Qual é Edward? Você nem está comendo a menina. Vai ficar aí choramingando porque perdeu a brincadeira da noite? – Jasper apelava. Emmett riu alto, o filho da puta responsável pela minha frustração.
    Apoiei os braços no balcão do bar e me concentrei em decorar os nomes das bebidas à minha frente.
    - Isabella está enlouquecendo o cara. Taí uma coisa que eu nunca pensei que veria, meu irmão, o garanhão do pedaço, caidinho por uma garotinha.
    - E ainda por cima virgem – Jasper completou.
    - Isso, virgem – Emmett colaborou. – Ou será que não mais? – Eles se voltaram para mim, rindo e começaram a me imprensar com os ombros.
    - Dá para parar? – Pedi incomodado.
    - Ela ainda é virgem? – Jasper não pareceu se importar.
    - Isso não é da sua conta, Jasper. Por que não se concentra em satisfazer a sua mulher?
    - Alice está bastante satisfeita. Se você quiser posso dar-lhe uma consultoria, sobre como convencer uma mulher a ceder – eles riam sem parar.
    - Falou o cara que levou anos para conseguir comer a minha irmã – Ok! Ele pediu por aquilo.
    - Vocês me forçaram a esperar – imediatamente Jasper modificou o tom, deixando a brincadeira de lado.
    - Eu não. Por mim você teria comido ela muito antes, quem sabe assim não teria frustrado a lua de mel – Emmett falou. Com certeza meu irmão nunca mais esqueceria daquilo. – Coitada da Alice! – Desviei o olhar e bebi a minha cerveja.
    - Ei! Como você... Alice te contou? – Emmett explodiu em uma gargalhada estrondosa. Foi impossível segurar o riso.
    - O grande garanhão não conseguiu fazer sua mulher gozar. Talvez eu devesse lhe dar uma consultoria.
    - Eu consigo fazer a minha mulher gozar, tá legal? Foi só na primeira vez. Vocês me aterrorizavam, foram anos vivendo sob tensão. Não tive como me segurar na primeira... Vá se foder, Edward! – Jasper perdeu toda a vontade de brincar.
    - Puta que pariu! Só tem amadores aqui – Emmett arqueou a coluna e assumiu uma postura séria. – Vocês precisam aprender comigo.
    - Poupe-me Emm – Ri da cara do meu irmão. – Nós não precisamos de consultoria.
    - Bom, meu irmão – ele jogou os braços em meus ombros. – Tenho certeza que você precisa. Isabella não é propriamente um anjinho. – Sorri largamente. Eu bem sabia que a minha Bella estava mais para uma diaba do que para um anjo.
    - O que acontecerá amanhã? Vocês vão assumir? Vai encarar o pai dela? – Jasper tentava se recuperar do baque anterior e estava visivelmente sem jeito.
    - Vai ser como deve. Meu único problema é Irina, mas não posso ficar me prendendo a detalhes.
    - Ela assinou hoje – Emmett avisou. – Alice estava tão feliz que pensei que ela não deixaria Jasper sair de casa.
    - Ótima notícia! – Fiquei incrivelmente mais aliviado. Irina poderia ser um problema, mas agora com o contrato assinado, eu precisava apenas convencê-la a separar as coisas.
     - Falando sério Edward. Você está ciente que este relacionamento pode ser considerado como a coisa mais fofa do universo, ou poderá simplesmente acabar com a carreira de vocês dois, não está? Ninguém sabe como o público irá reagir a esse romance, aliás cara, acho que tudo está contra vocês. Ela é sua aluna, você é proprietário e editor chefe da maior e mais importante editora do país e está aceitando o primeiro trabalho dela, que ainda nem se formou e, para piorar tudo, você é o orientador do trabalho final dela. Não sei como a mídia irá encarar toda essa informação. – Emmett mais uma vez tinha razão. Respirei fundo sem saber ao certo como responder.
    - Edward, por que você não transfere o trabalho dela para mim? Ainda temos tempo. Eu posso aceitar a sua avaliação sem me preocupar em recomeçar nada. – Jasper tinha uma solução interessante, mas eu queria ir até o fim com o trabalho da Bella.
    - Jasper, quando esta merda estourar, o fato de você ter sido o último a avaliar não vai modificar nada. Além do mais eu já enviei a avaliação dela para a secretaria. Esta seria uma saída somente se eu deixasse de trabalhar para a universidade.
    - É mano, você está mesmo fodido e o pior de tudo é que a Bellinha nem está – ele e Jasper riram alto, desta vez os acompanhei. Era um fato.

POV BELLA

    Jack pulou em minha cama, pela manhã ainda muito cedo. Tive ímpeto de jogá-lo pela janela, mas meu amigo estava agarrado ao meu corpo e ele era muito mais pesado do que eu. E quando digo muito, estou sendo generosa. Jacob era um touro, alto e forte.
    - Sai Jack! – Gritei quando ele começou a me fazer cosquinhas.
    - Hora de acordar, preguiçosa! – Ri até a minha barriga doer, com ele em cima do meu corpo fazendo cócegas sem parar.
    - Crianças, sem atrasos. – Meu pai apareceu na porta. – Se estivéssemos no exército vocês dois estariam em apuros.
    Era engraçado como Jack podia tudo. Meu pai nem achou estranho eu estar em minha cama de calcinha e camiseta com o meu melhor amigo sentado em cima de mim e com as mãos em meu corpo. Tenha dó! Se fosse o Edward teria sido um escândalo.
    - Para com isso, seu idiota! – Bati em Jack até que ele me libertasse.
    - Tenho que aproveitar enquanto ainda posso – olhei para a porta para me certificar de que meu pai não estava mais lá.
    - Nada vai mudar Jack.  Nem Edward nem Jack pareciam entender muito bem a nossa relação. Eu iria andar na corda bamba com esses dois.
    - Claro que vai. O cara parece querer te esconder do mundo e você fica toda estranha quando está com ele.
    - Estranha como? – Perguntei alerta. Minha mãe tinha notado e agora Jack também, será que meu pai... Merda!
    - Estranha tipo: Oh, Edward! Você é tão lindo! Oh, Edward! Meus olhos brilham por você e eu fico parecendo uma cachorrinha no cio – soquei o braço do meu amigo. – Ai!
    - Se você não calar a boca vou arrancar seus dentes.
    - Uau! Bella feroz! O professor babaca deve adorar ser um submisso.
    - Para, Jack!
    - Você, Isabella Swan, nunca será a sub e sim a dominante, com toda a certeza.
    - Quer parar?
    - O que? Quer que eu acredite que você só vai deitar a abrir as pernas? – Peguei o travesseiro e comecei uma guerra com o meu amigo.
    Jack não se fez de rogado e rapidamente me atacou com outro. Rimos e batemos um no outro até meu pai voltar e estragar tudo.
    - Pelo amor de Deus! Onde pensam que estão? No jardim de infância? Em meia hora quero todo mundo pronto. Não admito atrasos.
    - Deixe as crianças, Charlie! – Minha mãe apareceu para nos salvar. – Hora de comer – avisou fechando a porta. Eu já disse o quanto amo a minha mãe? Pois bem. Amo tanto a minha mãe! Ela sempre sabe a hora certa de me salvar e exatamente quando preciso da sua sensatez incontestável. Amo minha mãe.
    - Então... Vocês... – Ele sorriu como uma criança curiosa.
    - Não. Seu idiota. Pare de rir! – Quase gritei. Jack era terrível!
    - Caralho! Que demora filha de uma puta para transar com alguém. Eu já teria resolvido o seu problema.
    - Jura? – Arqueei uma sobrancelha brincando com o meu amigo.
    - Ah, não! Nada disso, Bella. Essa é uma missão para o super professor almofadinha.
    - Você é um idiota!
    - Obrigado! – Ele exibiu um grande sorriso. – O que estão esperando? – Tenho certeza de que meus olhos brilharam. Jack rapidamente entendeu que eu o envolveria em algum plano difícil.
    - De jeito nenhum!
    - Jack!
    - Pode parar. Resolva sua vida sem precisar de minha ajuda. Se Charlie descobrir que participei ele simplesmente corta a minha mesada, e desiste de me fazer seu herdeiro. – Estreitei os olhos sem acreditar naquelas palavras.
    - Que absurdo!
    - Tá certo. Do que você precisa? Só não me peça para vigiar a porta – começou a rir e precisei acertar mais uma vez o seu braço. Minha mão doeu.
    - Eu e Edward queremos algumas horas – ele revirou os olhos. – Só preciso que você faça com que meu pai esqueça que eu existo. Se for no final da tarde inicio da noite, será melhor ainda, assim poderei demorar mais a voltar.
    - Vocês vão sair?
    - Vamos para um chalé escondido no meio da propriedade. – Jack ficou sério me observando. Eu sabia o que viria.
    - Você tem certeza?
    - Tenho Jack. Eu... Estou... Apaixonada – revelei.
    - E ele?
    - Parece estar também – fiz uma careta. – Não quero pensar muito sobre isso. Vou concentrar toda a minha energia em não gritar – Jacob riu e me segurou, sentando-me em seu colo.
    - Bella acho que precisamos ter uma conversa sobre sexo e primeira vez. – Puta merda! De novo?

POV EDWARD

    Estacionei o carro em minha vaga na garagem da casa principal do rancho da família. Era incrível como aquele lugar conseguia renovar a minhas energias. Com tantos planos para os próximos dias precisaria mesmo me renovar. Antes de entrar parei observando a fachada da casa. Era branca e imensa. Com Janelas de madeira e canteiros de flores. Esme soube mesmo fazer com que aquele fosse o meu lugar.
    Eu podia até mesmo ouvir os gritos de Alice correndo de mim e Emmett em nossa infância. Se forçasse bem a memória poderia, a qualquer momento, vislumbrar três crianças correndo e atirando coisas umas nas outras. Fomos felizes. Éramos felizes. E ainda podíamos ter a chance de ver tudo se repetir através dos nossos filhos, já que a casa continuava a mesma e todos estavam arrumando seus devidos parceiros.
    Tal pensamento me fez imaginar em como seria ser pai. A primeira imagem que veio a minha mente foi de uma menininha magra, cabelos compridos, castanhos no tom mais perfeito de chocolate derretido. Ela poderia ter os meus olhos, mas a pele teria que ser como a da mãe. Só então me dei conta de que aquela criança que eu idealizava e já conseguia sentir a emoção de tê-la, era ou seria minha filha, porém o mais importante de tudo, era que seria filha de Bella também. Ri sozinho.
    - É, Edward, você arrumou um problema!
    - Falando sozinho? – Acabei me assustando com a presença da minha irmã.
    - Não sabia que você estava aqui. – Ela pulou em meus braços como se estivesse há anos sem me ver.
    - Eu não estava. Ouvi o barulho do seu carro e vim te receber.
    - Todo mundo já chegou?
    - Por um acaso Isabella Swan já chegou – ela riu. – Mas está cercada pelo pai, a mãe, o cão de guarda e a amiga.
    - E você deixou sua mais nova amiga para me receber exatamente por qual motivo? – Eu conhecia minha irmã o suficiente para saber que ela deveria ter um motivo especial para encontrar-me antes dos outros.
    - Bom... Irina chegou...
    - Ela assinou ontem. Jasper me contou – abri o porta-malas e retirei minha bagagem.
    - Sim. Graças a Deus! Mas tem mais uma novidade – olhei desconfiado para Alice. – Ela trouxe a prima, mais precisamente, Tanya, sua colega de trabalho que nutre uma obsessão por você. – Suspirei pesadamente e não consegui impedir a minha cara de desagrado.
    - Sério? Pensei que meu feriado seria incrível.
    - E vai ser. Vou te ajudar de todas as formas possíveis. Você e Bella vão ter esta primeira vez ou eu não me chamo Alice Cullen. – Ok. Era embaraçoso precisar da minha irmã mais nova para conseguir transar com a minha namorada, porém devido às circunstâncias, toda a ajuda seria bem vinda.
    - Tanya não pode nem desconfiar, Alice. Irina é um problema resolvido, por outro lado Tanya não é uma boa pessoa e tenho certeza que se ela descobrir que o que está acontecendo entre Bella e eu, vai arranjar um jeito de nos prejudicar.
    - Eu sei. Deixe comigo.
    - Tá! – Joguei a sacola de viagem nas costas e abracei minha irmã pelos ombros. – Obrigado, bruxinha!
    - O que eu não faço por você?
    - Ah! Posso te pedir mais um favor?
    - Só se eu puder cobrar depois.
    - Combinado.
    - Manda.
    Passei para a minha irmã todas as instruções sobre meus planos de passar uma noite com Bella na cabana da floresta. Alice era o tipo de pessoa que ficava mais do que animada em preparar surpresas deste tipo eu sabia que poderia contar com ela para que tudo fosse perfeito como Bella merecia. Nós teríamos a nossa noite, nem que para isso eu tivesse que amarrar e trancar na sauna Irina, Tanya, Charlie ou qualquer outra pessoa que tentasse nos impedir.

POV BELLA

    Alice saiu correndo da sala. Ela parecia estranhamente ansiosa, olhando pela janela sem parar e sorrindo quando era solicitada em alguma conversa, no entanto era perceptível que não prestava atenção ao que falavam.
    - Parece que teremos uma tempestade hoje. Vamos ligar o rádio e ouvir as últimas notícias. – O Dr. Cullen falou para o meu pai que concordou e o acompanhou.
    Graças a Deus, meu pai não estava muito focado em mim. Ele estava feliz por poder passar um tempo de qualidade com um amigo tão querido. Minha mãe estava conhecendo a casa com Esme, que fez questão de apresentar cada pedacinho da propriedade. Jasper e Emmett conversavam com Jacob sobre pescaria e pareciam bem entrosados. Se não fosse pela mão de Rose o tempo inteiro na de Emmett e pelo olhar apaixonado que eles trocavam eu podia até dizer que ninguém separaria aqueles três.
    Tudo estava em sua mais perfeita ordem, a não ser pela presença das duas mulheres que insistiam em conversar comigo.  A Professora Tanya, a mesma que teve o despautério de aparecer na casa de Edward se oferecendo para ele, e Irina, a sua escritora favorita, a mesma que ameaçou quebrar o contrato caso ele não aceitasse voltar para sua cama. Merda! E eu ainda tinha que sorrir e fingir para as duas.
    Onde estava Edward? Será que desistiu?
    - Por que não vamos lá fora um pouco? Na área da piscina temos mesas grandes. Podemos jogar, beber e conversar. – Jasper falou um pouco mais alto incluindo todos que estavam na sala no convite. Vi quando Alice se adiantou e correu para fora da casa.
    Estranho!
    - Claro! Vai ser interessante conversar um pouco com as crianças. – Tanya concordou sorrindo inocentemente, deixando claro que para ela, eu, Jack e Rose não passávamos de crianças.
    Fiquei irritada, mas não daria esse gostinho a aquela... Melhor deixar para lá. Tanya era uma mal-amada. Ela queria Edward e ele me queria. Abri o maior sorriso. Tenho certeza que ela entendeu errado o motivo, mas quem estava preocupada em explicar?
    - Está frio lá fora – Rose protestou. Estava mesmo. – Não podemos ficar aqui?
    - Podemos fazer o que você quiser, linda! – Emmett agarrou minha amiga pela cintura, puxando-a para um beijo. Meu pai pigarreou logo atrás deles.
    Foi engraçado ver aquele homem imenso, quase um urso, se encolher envergonhado com a presença do meu pai. Eles se afastaram rapidamente fingindo naturalidade. Era tão ridículo aquele cuidado todo apenas porque meu pai pertencia ao século XVIII.
    - Estamos pensando em acender a lareira. Logo estará bem mais frio. A noite promete! – O Dr. Cullen quebrou o silêncio e sua última frase fez com que muitas mentes flutuassem. Pelo menos eu vi a troca de olhares entre Emmett e Rose.
    - Ele chegou! – Alice abriu a porta trazendo Edward pela mão como se fosse uma criança pequena.
    Edward entrou daquele seu jeito único. Com uma sacola de viagem jogada sobre os ombros, vestindo calça jeans claro, tênis e um casaco de frio. Completando o visual havia um boné azul de um time de beisebol. Perfeito como sempre!
    Posso dizer com toda a certeza que meu corpo quase incendiou quando nossos olhos se encontraram. Ele lançou um sorriso torto, daqueles que me fazia parar de respirar. Seus olhos estavam cheios de promessas.
    - Edward! – Irina passou por mim como um furacão puxando Tanya com ela. – Olha só quem eu trouxe comigo! – Ela estava muito feliz por entregar de bandeja para a prima o homem que tanto queria.
    - Tanya, que surpresa! – Edward se inclinou para beijar o rosto das duas mulheres. – Parece que teremos uma tempestade – deu um passo em direção ao irmão e ao cunhado.
    - Sim, noite fria, com lareira... – Jasper exibia um sorriso descarado no rosto. Edward apenas riu apertando a mão de todos, inclusive de Jacob.
    - Bella, Rose – me cumprimentou como se não fôssemos próximos.
    - Oi, Edward! – Rose foi fria e distante. Eu não consegui falar nada. Detestava ser obrigada a fingir que não tínhamos intimidade.
    - Trouxe o notebook, Isabella? – Meu professor parou diante de mim. Seus olhos incrivelmente cinza me aqueceram.
    - Sim, Edward! – Sorri. Ele tinha uma expressão divertida no rosto.
    - Ótimo! Vamos passar algum tempo analisando o último capítulo. Alice gostou muito. Quando voltarmos, poderemos iniciar o processo de contratação. – Oh, céus! Ele estava mesmo falando sobre nossos planos na frente de todos?
    - Por mim tudo bem! – Meu rosto estava tão vermelho que tive medo das pessoas desconfiarem.
    - Eu adoraria ler este livro – Irina apareceu ao lado dele e segurou em seu braço com muita intimidade. – Edward não fala noutra coisa. Alice também. Sou ótima em leitura crítica, o que acham de me deixar ajudar?
    - Edward! – Esme entrou e logo tratou de abraçar o filho. – Como vai? Você está magro demais. Eu disse que essa ideia de morar sozinho não lhe faria bem, graças a Deus, Emmett não inventou de sair de casa ainda. – Edward olhava para a mãe com carinho e ao mesmo tempo envergonhado por ela tratá-lo como uma criança.
    - Não estou magro mãe!
    - Concordo. Ele não está magro Esme. Está gostoso – Jasper fez voz de gay, abraçou a sogra e beijou o seu rosto. Ela riu com a brincadeira do genro.
    - Vou colocar as minhas coisas no quarto. Meu quarto continua sendo só meu não é? – Ele me lançou um olhar rápido, quase imperceptível, mas que fez com que todos meus neurônios quisessem derreter.
    - Claro! – Esme franziu o cenho. – A não ser que queira companhia – Vi o enorme sorriso de Tanya e Irina.
    - Sozinho mãe! Preciso trabalhar. – Ele pegou a sacola de viagem e subiu as escadas que davam acesso aos quartos.
    - Você já trabalha demais. Desça para conversar com os convidados. Não me envergonhe, Edward.
    - Ok, dona Esme! – Sorriu de maneira perfeita e sumiu de vista. Eu queria muito poder segui-lo e me atirar em sua cama depois me dei conta de que mais duas pessoas naquele ambiente tinham o mesmo desejo.
    Alice ficou ao meu lado, como se quisesse me defender a qualquer custo. Sorri pensando em como nos tornamos amigas em tão pouco tempo. Tudo por causa de Edward e do trabalho que ele vinha fazendo com meu livro. Principalmente pela chance que ele me oferecia. Se no final tudo desse errado, muitas coisas boas permaneceriam comigo. Alice era uma delas.
    - Vamos ou não passar um tempo ao ar livre? – Tanya olhava para a escada demonstrando certa ansiedade.
    - Vamos. Ficar trancado em casa, em grupo, não é muito a minha praia – Emmett piscou para Rose. Aqueles dois eram incríveis. Corei só com o sorriso que ela deu ao namorado.
    - Está frio lá fora. Não podemos ficar aqui? – Rose pegava no cabelo e o enrolava entre os dedos, sorrindo da maneira que fazia quando planejava aprontar alguma coisa. Revirei os olhos sem acreditar. Nossos professores estavam lá.
    - Claro. Podemos fazer tudo o que você quiser princesa. – Emmett tomou minha amiga nos braços, como em um filme de romance, inclinando-a para o lado e beijando seus lábios. Sorri com a cena.
    - Hum, hum! – Meu pai pigarreou logo atrás dos dois.
    Foi bem engraçado ver Emmett, aquele homem incrivelmente grande e forte, se encolher como um garotinho quando meu pai passou entre os dois. Rose ficou tão sem graça que nem parecia a garota de alguns minutos atrás. Neste momento Edward surgiu na escada. Não pude deixar de olhá-lo.
    - Vamos beber alguma coisa, jogar conversa fora e sacanear os amigos, tá dentro? – Emmett se afastou de Rose e do meu pai e foi ao encontro do irmão. Quase ri da sua fuga.
    - Vamos. Vai ser legal sacanear os amigos – ele sorriu como nunca antes. Havia uma energia diferente em torno do meu professor. A forma como ele falava com o irmão demonstrava um Edward que eu ainda não conhecia.
    Alice me arrastou para fora. Ela não pedia permissão para fazer as coisas. Ela simplesmente fazia. Tanya e Irina estavam cercando Edward que tentava sacanear Emmett de alguma forma e não se importava com as duas.
    Fomos para a área da piscina. Apesar de frio era muito bom estarmos ao ar livre. Dava para fazer coisas como trocar olhares com o meu “namorado” sem chamar a atenção de todos. Jasper chegou alguns minutos depois com balde cheio de bebidas. Alice tratou de pegar duas garrafas, uma de cerveja e outra de vodca com limão, estendendo-as para mim para que eu escolhesse.
    - Não podemos dar bebidas às crianças, Alice. É ilegal! – Tanya falava como se estivéssemos cometendo um crime. Tive medo de olhar para ela e acabar fuzilando a coitada apenas com meu olhar.
    - Isabella tem 21 anos. É maior de idade. – Me espantei com a intromissão de Edward. Não esperava. Ele tirou a garrafa de vodca da mão de Alice e a estendeu para mim. Nem sei como consegui pegar.
    - Edward! Você como professor não deveria...
    - Tanya, estamos nos divertindo, Isabella é adulta, madura... Não é como se estivéssemos cometendo um crime. Relaxe! – Encostou-se ao meu lado, bateu sua garrafa na minha e bebeu um longo gole. – Não abuse – sussurrou.
    - Edward é o típico cara que adora criar polêmica, chamar a atenção para si e assumir causas suicidas – Irina sorriu docilmente. Suas palavras poderiam não significar nada, mas eu percebi a ameaça nelas.
    - Eu me lembro... – Jasper falou mais alto chamando a atenção de todos. Ele abraçou a esposa pelas costas, beijou seu pescoço e sorriu. – Que durante muitos anos eu fui o maior vencedor de esconde-esconde desta família. – Alice riu e concordou com o marido.
    - Claro. Você e Alice inventavam esta brincadeira para se esconder da gente e dar uns amassos. Enquanto Emmett, que era o único que não entendia a finalidade da brincadeira, ficava rodando pela casa à procura de vocês dois. – Edward entrou na conversa, assumindo uma postura mais relaxada.
    - Ei! Eu nem imaginava que esses dois estavam juntos. Você que sempre foi um idiota e deixava o Jasper se aproveitar da nossa irmã. Não sei o que seria dela se eu não tivesse descoberto este namoro.
    - Que absurdo! – Rose o repreendeu, mas deu risada. – Já pensou se o Jack resolvesse agir assim comigo?
    - Jacob não é seu irmão – Emmett beijou rapidamente a namorada, se divertindo com a conversa.
    - Mas é como se fosse. Sou o guardião das duas – Jack cruzou os braços no peito. Emmett não recuou, afinal era muito mais forte, porém aceitou a condição com certo respeito.
    - Graças a Deus ele não é como você – Rose riu empurrando o namorado com o ombro.
    - É. Graças a Deus! – Edward falou tão baixo que apenas eu consegui ouvir. Sorri como uma boba.
    - Oh, guardião! – Tanya provocou. – Então comece a levantar este muro. Sua vigília está muito limitada. – Foi constrangedor. Edward respirou profundamente e deu um passo para o lado se afastando de mim. Tive muita vontade de matar Tanya. Qual era o problema dela? Ah, tá! Edward era o problema dela.
    - E o que você fazia Edward? – Irina, toda sorridente tentava chamar para si a atenção do meu “namorado”. – Quando tentava encobrir as escapulidas da Alice? – Edward passou a mão nos cabelos. Vi os olhos de Irina brilharem. Ela também gostava desse gesto nele. Merda!
    - Normalmente me trancava em algum lugar e ficava lendo um livro. Emm ficava procurando feito um maluco. Depois de um tempo eu aparecia. Às vezes deixava ele me pegar outras não dava este gostinho a ele.
    - Você sempre foi magro e veloz – Emmett completou no maior clima “amo a minha vida ao lado da minha família”.
    - Ele sempre foi gostoso! – Jasper piscou e mandou um beijo para Edward, que riu e mostrou o dedo do meio ao amigo.
    - Eu sempre desconfiei que era de mim que você gostava, Jasper – meu professor brincou.
    - Completamente apaixonado! – Jasper agarrou Alice fazendo-a soltar um gritinho.
    Apesar de Tanya e Irina, o clima estava gostoso e descontraído. Todo mundo conversava e ria. Meu pai e Carlisle estavam bastante entrosados e minha mãe e Esme pareciam amigas de infância. Edward evitava olhar em minha direção. Depois do que Tanya falou era melhor não abusar muito.
    - Tive uma ideia – Emmett começou. – O que acham de brincarmos agora?
    - Não. Você está falando sério? – Alice pulou como uma criancinha. – Eu vou amar.
    - Ninguém cresceu nesta família? – Irina ria já entusiasmada.
    - Pelo amor de Deus! Vocês vão mesmo correr e se esconder como crianças? – Tanya não estava tão empolgada.
    - Tô dentro. – Edward colocou a garrafa sobre a mesa, decidido a começar a brincadeira. – Para não perdermos o costume, Emmett começa contando.
    - Não vale. Isso é injusto! – Emmett tentou protestar, mas todo mundo imediatamente saiu correndo, rindo feito crianças. Ainda tive tempo de ver o namorado da minha amiga, virar de costas e iniciar a contagem.
    Ai meu Deus! Para onde eu iria se não conhecia a casa? Rose correu na frente e Jack sumiu no primeiro minuto. Fiquei algum tempo parada, de frente para um corredor, sem saber o que fazer. Foi quando aquelas mãos... as mesmas que me faziam entrar em combustão espontânea, me seguraram com força pela cintura me puxando para um local entre as flores.
    Não tive tempo de questionar. Edward segurou em minha mão e me puxou para outro corredor, passando por várias portas, parando na frente de uma delas. Rapidamente me puxou para dentro. O quarto escuro era pequeno e abafado. A única iluminação era a que entrava por baixo da porta.
    Não consegui nem pensar em descobrir onde estávamos. Ele me imprensou contra a parede ao lado da porta, colando seu corpo ao meu. Suas mãos passeavam por minha pele e seus lábios famintos exigiam os meus. Edward vagou as mãos por meu corpo, explorando-me sem o menor pudor. Puta merda! Eu fiquei completamente acesa. Era o poder dele sobre mim. Não precisava falar, nem pedir nada, bastava que me tocasse, me tomasse para si com força, desejo e paixão então eu estava entregue.
    - Bella! – Reverenciou meu nome quando liberou meus lábios. – Que saudade! – Meu coração disparado não conseguia encontrar o compasso adequado. Era bom demais ouvi-lo me chamando daquela forma apaixonada, principalmente quando expressava seus sentimentos. Eu também estava louca de saudades.
    - Edward! – Reagi puxando-o para mim. – Oh, Deus!
    Ele atacava meu pescoço enquanto me fazia “entender” o quanto havia sentido a minha falta. Claro que não perderia a chance de me mostrar o quanto estava excitado, roçando descaradamente sua ereção em mim.
    - Pare com isso!
    Eu pedi, confesso que não muito convicta dos meus apelos. Minhas mãos não abandonaram seu corpo e minha bunda... Bom, ela não se absteve de continuar rebolando de encontro à ereção do meu professor. Edward gemeu fazendo com que todo meu interior começasse a pulsar.
    - Eu precisava te beijar. Estava enlouquecendo. – Ele se afastou. Quase protestei. Quase. Era arriscado demais continuarmos.
    - Tanya e Irina estão me deixando louca – rebati me afastando ainda mais. Começava a aceitar que ficar com ele em um espaço tão reduzido e escuro era muito mais perigoso do que ser surpreendida pelas outras pessoas.
    - Elas só estão tentando chamar a minha atenção – Edward me cercou com seus braços. Senti meu sangue ferver. Uma sensação estranha que esquentava e pinicava, começou a se instalar em meu ventre.
    - E você está adorando – dei um tapa em seu ombro insinuando que me livraria de seus braços. Edward riu e me puxou para um beijo cheio de desejo.
    - Estou adorando contar os segundos para ter você só para mim.
    Era o que me bastava para sentir cada célula do meu corpo queimar. Naquele dia eu seria dele. Da maneira mais completa e prazerosa possível. Pelo menos era o que eu esperava.
    - Como faremos?
    - Alice vai nos ajudar, agora fique caladinha porque assim ganharemos mais tempo escondidos– e ele me beijou da maneira Edward Cullen.
    Foi quando a porta se abriu e a claridade preencheu o ambiente. Não sei como nem de que forma, mas rapidamente eu estava sentada em uma ponta do banco de concreto enquanto Edward estava paralisado na outra.  Não olhamos um para o outro, havia uma tensão tão grande no ar que quase podíamos tocá-la.
    Irina entrou cautelosamente. Primeiro viu Edward e sorriu então ela se deu conta da minha presença. Eu podia ouvir as engrenagens do seu cérebro contando um mais um e encontrando rapidamente a resposta: Eu e Edward.
    Sou covarde. Sempre fui. Naquele instante minha única reação foi olhar para o meu professor, tentando encontrar uma saída. Então o vi com uma perna estendida, um braço apoiado no cotovelo descansando sobre ela, a mão passava lentamente na lateral do cabelo. Ele sorria, magnificamente, não para mim e sim para ela. Ele sorria daquela sua forma lasciva para Irina.
    Puta que pariu!
    Vi a expressão da mulher se modificando enquanto percebia o que ele fazia. Tremi. De raiva e de medo. Que grandessíssimo filho da puta!
    - Emmett está por aí? – Perguntou sem desviar os olhos dela.
    - Não. Ele conseguiu pegar Tanya que tinha ido pelo outro lado. – Ela sussurrou.
    - Podemos sair? Teremos que ser rápidos – ainda sorria da mesma forma, como se suas palavras não expressassem o que realmente queria dizer.
    Que ódio!
    - Acho que sim – ela sorriu como uma menina travessa. – Seremos rápidos.
    - Ótimo! – Edward levantou e passou por Irina da maneira mais cafajeste possível. – Bella, você vem? – Queria poder gritar “Vá à merda!”, mas minha covardia não me deixava ir tão longe. Apenas levantei e passei por eles.
    Andamos pelo corredor estreito. Eles como se quisessem continuar escondidos, eu como se tivesse perdido o gosto pela brincadeira. Irina olhou para a área da piscina, voltou-se para Edward e fez um sinal de positivo, depois avançou e correu. Edward se preparou, mas antes de correr atrás de Irina me segurou com força, enquadrando meu rosto com as mãos selou meus lábios com um beijo.
    - Vejo você mais tarde – e correu.
    Puta merda! O que foi aquilo?

    POV EDWARD

    Corri atrás de Irina decidido a resolver aquele problema de uma vez por todas. Não poderia mais ficar brincando de gato e rato, escondendo de todos o que eu sentia. Porra! Eu tinha 34 anos. Era um homem independente, decidido e apaixonado. Não precisava esconder meus sentimentos de ninguém.
    O único problema era Bella. Como assumir sem prejudicá-la? A resposta estava formada antes mesmo que eu me desse conta. Começaria por Irina, terminaria em Charlie, passando antes por Tanya.
    Chegamos ao ponto de partida quando Emmett voltava correndo para a área. Ele nos viu e levantou as mãos se rendendo. Rimos. Irina segurou em meu braço se apoiando em mim. Ela queria mais intimidade.
    - Irina, podemos conversar um instante? – Vi seus olhos brilharem.
    - Claro Edward! – Sorri com a educação clássica que sustentava.
    Olhei para o lado e vi que Bella ainda não tinha voltado. Era a minha chance. Indiquei o caminho, apoiando minha mão nas costas de Irina e saímos juntos em direção ao escritório do meu pai. Era um território neutro e eu poderia conversar com ela sem maiores problemas.




POV BELLA

    Quando consegui voltar ao normal depois do quase flagrante, resolvi aparecer. Para mim a brincadeira já tinha acabado. Estava muito confusa com o que Edward estava fazendo. O melhor a fazer era sumir por um tempo. Talvez o quarto fosse um bom lugar para me esconder e aguardar o que ele faria.
    Quando me virei para área da piscina vi o que acreditava ser impossível. Edward saía do local com Irina, tocando em suas costas e conduzindo-a para algum lugar daquela imensa propriedade. O que estava acontecendo com aquele cara?
    Tive vontade de segui-los e descobrir o que Edward estava aprontando, porém meu orgulho era muito maior do que minha raiva. Se era ela quem ele queria era com ela que deveria ficar. Virei para o lado e saí em direção ao quarto.
    Assim que cheguei, peguei o computador e comecei a escrever. Alice queria um final onde os dois se separavam, então por que não começar a escrever o fim daquela história?

POV EDWARD

    Irina me olhava com olhos marejados, mantinha a compostura mas eu sabia que estava destruída por dentro. Meu plano inicial, quando ela entrou na sauna, era fingir que ainda tinha interesse nela, assim tiraria seu foco da minha namorada. Mudei de ideia em seguida, quando percebi que Bella tinha ficado magoada e com toda a razão. Eu odiaria se ela fingisse interesse no Jacob, por exemplo, só para salvar a minha pele.
    Então decidi que era hora de Irina saber de tudo. Alice estava pronta para minha decisão. Eu havia dito a ela que se tudo desse errado eu deixaria o cargo de editor chefe e ela assumiria. Assim conseguiríamos manter a integridade da carreira de Bella.
    Minha irmã não foi contra a minha decisão. Ela entendia meus motivos e sabia que há muito eu almejava ter mais tempo para cuidar dos meus próprios interesses. O cargo era perfeito para ela eu o exercia apenas porque era o acionista majoritário.
    - Você sabe que pode estar jogando o seu nome na lama, não sabe? – Irina me alertou.
    - Não. Eu e Alice estamos organizando as coisas para que nada de errado aconteça.
    - Edward, ela é uma menina e é sua aluna, você é o orientador dela neste projeto. Você ofereceu a primeira oportunidade a uma novata, uma desconhecida que o mercado nem tem ideia de quem é. Já imaginou o que a mídia fará com estas informações? O sonho dela poderá ser destruído.
    - Eu sei muito bem disso, Irina. Vamos trabalhar para controlar os danos.
    - Pense bem, Edward. Não estou te pedindo para não ficar com a menina, apenas que pense primeiro nela e não em você. A crítica vai destruir a garota. Não seja tão irresponsável!
    Naquele momento eu perdi o foco da conversa. Irina estava coberta de razão. Se as pessoas descobrissem que Bella e eu estávamos juntos enquanto ela escrevia seu material ficaria desacreditada. Não seria reconhecida por seu potencial e capacidade mas pelo seu relacionamento com o proprietário da editora.
    Droga! Eu estava mesmo sendo egoísta embora não pudesse voltar atrás. Não mais. Nunca conseguiria me afastar. Mesmo que significasse me anular para que ela pudesse brilhar. Eu estava apaixonado! Não! Muito além disso. Estava amando. E amava tanto que não conseguia mais ver a minha vida sem aquela mulher.
    Irina podia ver Bella como uma menina, uma garota inexperiente que “virou” a cabeça do seu professor, mas eu não. Bella era uma linda mulher. A mais forte e decidida de todas. Ela sabia o que queria não hesitou nem se acovardou, correu atrás do que queria e conseguiu. Não importa os meios que utilizou, eu me orgulho muito dela.
    - Irina, eu... Eu amo a Bella. Queria que tudo tivesse acontecido de outra maneira, infelizmente não posso modificar nada. Aconteceu. – Ela fechou os olhos retendo as lágrimas. – Eu sei o quanto é difícil para você, mas não conseguiria continuar escondendo. De uma maneira ou de outra você acabaria sabendo.  Então que fosse por mim.
    - Obrigada, Edward – limpou uma lágrima que escorreu pelo canto do olho.
    - Eu preciso te pedir uma coisa. Sei que não é justo, mesmo assim tenho que pedir.
    - O que quiser Edward!
    - É necessário que mantenha essa história para você. Eu ainda tenho coisas a fazer e soluções a dar, preciso que me ajude a não deixar esta história vazar. Sei que os repórteres vão procurá-la em busca de alguma declaração sobre a autora desconhecida. Por favor, não diga nada a eles. Eu pretendo esperar até que Bella esteja firmada para tornar nosso romance público.
    Irina mordeu os lábios, mantendo o olhar baixo. Eu jamais pediria aquilo a ela se não conhecesse a sua integridade. Apesar de ser uma mulher apaixonada, era sensata. Sua classe nunca lhe permitiria entrar num jogo de intrigas.
    - Tudo bem, Edward. Eu não direi nada. Também não negarei. Este é um problema que você está causando, apenas você poderá resolvê-lo. Quanto a mim, fique tranquilo. Não deixarei que ninguém saiba o que aconteceu.
    - Obrigado!
    Saímos do escritório e Irina tratou de sumir rapidamente. Imaginei que ela não suportaria ficar ao meu lado sabendo que eu nutria por outra pessoa o amor que ela tanto desejava. Não quis perder muito tempo pensando no assunto. Precisava encontrar Jasper e resolver mais um ponto desta história.
   
POV BELLA

    Escrever sempre foi uma forma de fugir da realidade. Eu me entregava tanto aos personagens que durante horas esquecia de mim e da minha própria vida. Consequentemente de Edward, Irina... Digitei deixando que toda a minha raiva esvaísse em palavras. Gostaria de poder matar os personagens, ou a idiota da mocinha apaixonada pelo crápula, como sabia que não poderia satisfazer minha vontade apenas separei os dois e dei-lhes muito sofrimento.
    Ok. Estava completamente pirada me vingando em meus pobres personagens. Talvez quando a raiva passasse e Alice viesse me buscar para a tão fatídica noite, sim, porque eu teria a noite, Edward sendo um idiota ou não, eu perderia a minha virgindade.
    Olhei pela janela e vi que o céu estava negro. Era dia ainda, mas a chuva que prometia cair deixava tudo na maior escuridão. Ouvi uma batida em minha porta. Era minha mãe.
    - Todo mundo está te procurando para o almoço.
    - Estou sem fome, mãe - desviei meu olhar para tela. Não queria que ela descobrisse o que me afligia.
    - Você precisa comer. Como vai escrever se começar a desmaiar na frente do computador. – Sorri. Minha mãe era incrível!
    - Ok, Dona René. Eu vou almoçar.
    Acompanhei minha mãe até a mesa enorme onde estavam todos. Tanya e Jacob já comiam, enquanto Rose e Emmett brincavam de colocar comida um no prato do outro. Meu pai e Carlisle conversavam sem parar. Edward, Alice e Jasper pareciam tensos. Irina, cabisbaixa, mexia no prato sem muito interesse. Estava tudo muito estranho.
    - Qual delas você quer que eu mande seu pai matar primeiro? – Minha mãe sussurrou ao meu lado.
    Edward me olhou e sorriu com doçura. Aquele Edward, apaixonado, meigo e doce, não se parecia em nada com o que tinha sumido com Irina, algumas horas atrás. Merda! Ele me deixava confusa. Sorri para a minha mãe.
    - Ah, mãe. O que é um pouco de concorrência, não? – Ela sorriu orgulhosa e me acompanhou para fiscalizar de perto minha alimentação.
    Ela nunca deixaria de ser mãe, mesmo sendo mais amiga e sensata, ainda era minha mãe. Por isso tratou de colocar em meu prato todas as verduras possíveis. Edward acompanhou a nossa disputa de perto. Rindo e incentivando-a. Minha vingança veio quando ela resolveu que Esme tinha razão, Edward estava magro, então deveria se alimentar melhor também.
    Sentamos um do lado do outro. Edward comeu tudo o que minha mãe colocou e aceitou uma parte da minha comida, mesmo que escondido. Eu não estava com apetite para o tanto que minha mãe tentava me fazer comer.
    Mesmo com ele ao meu lado, e com toda a atenção que fazia questão de me dar, eu sabia que algo estava fora do lugar. Tanya estava muito quieta, Irina comeu e desapareceu com cara de quem não gostou. Alice conversava baixinho com Jasper. Também parecia inconformada com algo.
    - Podemos trabalhar no seu livro hoje? – Edward me pegou de surpresa com a pergunta. Todos estavam muito próximos, então não era propriamente confidencial.
    - Claro! – Meu rosto ficou vermelho ao perceber meu pai me olhando com interesse. – Deixei o computador em meu quarto.
    - Então me encontre no escritório do meu pai. O meu está lá. Vamos terminar esta etapa, ok? – Ele falava como meu professor e orientador. Não havia nada de errado ou dúbio em suas palavras.
    Tanya levantou e saiu da sala. Jasper e Edward trocaram um olhar cúmplice e Alice parecia não concordar com nada do que estava acontecendo. Eu ainda estava confusa e irritada, por outro lado ficar um pouco com Edward poderia ser bom. Então fui buscar o meu computador.
    Não demorou mais do que dois minutos para Alice aparecer no quarto. Ela parecia desconfiada e seu olhar deixava claro que havia um problema. Meu coração acelerou só de imaginar o que ela iria me dizer.
    - O que aconteceu? – Minha voz ficou miúda. De alguma forma eu sabia que estava relacionado a mim e a Edward e que não seria nada bom.
    - Não sei. Talvez você possa me ajudar a descobrir. – Ela passou por mim em direção ao meu computador. – O que você fez? – Me encarou como se estivesse me acusando.
    - Não estou entendendo, Alice. Se você está perguntando sobre o livro, apenas escrevi o capítulo alternativo, inclusive enviei para você antes do almoço.
    - Eu recebi, mas com certeza não pode ser isso – ela olhou pela janela um pouco pensativa.
    - Alice, eu não estou entendendo. O que...
    - Edward entregou seu trabalho ao Jasper.
    - O que? – Fiquei tão assustada que não consegui me concentrar no que ela dizia. – Como assim entregou o meu trabalho?
    - Ele pediu ao Jasper para assumir a orientação do seu trabalho. Eu só queria saber o motivo para ele fazer isso. O que você fez?
    - Eu não estou entendendo – repeti como se fosse um mantra. – Não estou entendendo, Alice. Edward acabou de me pedir para levar o computador para que possamos trabalhar no livro. Eu não entendo.
    - Edward está estranho, ele...
    - Alice! – Falei mais alto tentando fazê-la parar. – Eu preciso de um tempo, por favor! Edward lá conversar com ele e prometo que, quando tudo estiver esclarecido, contarei a você.
    - Tudo bem, Bella! Desculpe, eu não quis te aterrorizar, estou apenas preocupada, não quero que o elo entre vocês se desfaça. Se Edward...
    - Por favor! Não quero conversar sobre nada enquanto ele não me explicar o que está acontecendo. Por favor!
    - Tudo bem! Tudo bem!
    Alice saiu do quarto. Eu não estava em condições de decidir nada. Andei de um lado ao outro buscando respostas e a única que conseguia encontrar era a mais óbvia de todas. Edward estava jogando comigo. Eu o vi saindo com Irina, flertando com a sua “escritora favorita” e, logo depois, vem a notícia de que tinha entregado meu trabalho, o mesmo que nos uniu, o mesmo pelo qual tínhamos feito tantas loucuras e que nos trouxe até este ponto. Ele simplesmente abriu mão de seguir comigo até o final do projeto?
    Eu precisava colocar para fora todas as mágoas. Precisava cobrar dele as respostas. Não poderíamos dar mais nenhum passo sem antes esclarecer tudo.
    Sair do quarto foi o mais difícil. Eu queria confrontá-lo embora temesse a forma como tudo acabaria. Sabia o que sentia por ele, seria doloroso descobrir que tudo não passou de uma farsa, uma brincadeira de mau gosto. Estava com muito medo de descobrir a verdade, infelizmente não havia outra alternativa.
    Abri a porta e dei de cara com a pessoa mais improvável. Irina, parada diante de mim.
    - Irina?
    - Isabella! Podemos conversar? – Avaliei seu semblante. Ela não parecia estar com raiva nem disposta a criar qualquer tipo de confusão, mesmo assim eu não tinha a mínima vontade de perder o meu tempo conversando com ela.
    - Desculpe-me, mas preciso resolver um problema.
    - Edward? Eu já sei de tudo – meu rosto deve ter demonstrado minha surpresa. – Não se preocupe. Ele mesmo me contou e é por isso que estou aqui – sorriu.
    - Edward... O que? – Pelo amor de Deus! Não poderia ser mais confuso.
    - Vamos dar uma volta poderemos conversar melhor.
    Caminhamos pelos jardins da casa, nos afastando um pouco. Irina parou próximo a uma cerca, onde alguns cavalos corriam. Um celeiro encobria a nossa imagem nos dando maior liberdade.
    - Edward me contou o que está acontecendo entre vocês. Não sei por que ele decidiu me contar, o fato é que contou. – fiquei calada esperando pelo que diria Irina não parecia querer atacar. – Vamos ser colegas de editora e é importante que tenhamos uma convivência no mínimo cordial. Não se preocupe da minha parte não será diferente.
    - O que você quer de mim? Nós estamos aqui para definir os limites da nossa relação? – Ela riu e passou a língua pelos lábios.
    - Você está certa, Isabella. Então vamos direto ao ponto. Você sabe que eu e Edward tivemos um relacionamento.  Ela esperava que eu confirmasse, mas eu não o fiz. Apenas me esforcei para não demonstrar a dor que me causava aquela afirmação. – Eu não vou falar disso. Sempre soube o que Edward... ele sempre deixou bem claro o que queria. Com certeza tem sido assim com você também. Nosso editor não perde tempo sustentando algo que não quer ou não pode dar – continuei encarando-a fixamente, com os braços cruzados no peito. – Mas o que talvez não saiba, e é exatamente sobre o que eu quero falar, é que Edward joga muito bem. Ele sabe o que deve ser feito quando o assunto é a editora é por isso que eles se mantêm em primeiro lugar há tanto tempo. Edward é o perfeito investidor.
    - Vamos ao ponto, Irina!
    - Ok. Edward está usando você – ri com ironia. – Eu não estou dizendo que ele não goste de você. Até acredito que goste, mas ele vai fazer o que for necessário para manter o nome dele longe de toda essa sujeira que é o relacionamento de vocês. – Certo! Agora ela me atingiu. Simplesmente porque era assim que eu nos via nos últimos momentos. Edward agindo para encobrir a realidade e entregando o meu projeto a Jasper. Edward flertando com Irina para desviar a atenção de mim. Ele realmente faria de tudo para não se queimar. – Deus! Você já descobriu a verdade não é? Isabella eu não estou te contando isso por despeito. Juro que não. Ok! Eu realmente queria que ele ficasse comigo. Quem não iria? Edward é tudo o que uma mulher quer e sabe o porquê? Porque ele sabe exatamente o que cada mulher precisa.
    - Do que você está falando?
    - Seu livro. Ele acredita mesmo nele. Alice está super entusiasmada. Lógico que ele não poderia perder você para outra editora. Foi o meu caso. Ficamos juntos até que eu meu nome estivesse estabilizado e dependente do meu contrato com eles. Ele está fazendo o mesmo com você – não havia nada de apelativo em seu rosto. Nada que indicasse não estar dizendo a verdade.
    - Que absurdo!
    - Não é um absurdo, Isabella. Eu já disse: Acredito que ele sinta algo por você, mas Edward é um homem capaz de passar por cima de qualquer coisa para manter o negócio da família.
    - Não quero ouvir mais nada, Irina.
    - Então me explique porque ele mantém Tanya em “banho Maria”? Por que simplesmente não diz a ela que está com você? Porque sabe que minha prima destruiria a carreira dele. Sabe que se ela descobrir e resolver abrir a boca ele tem muito a perder. Seu trabalho ficará desacreditado e o dele também. Você não será mais tão lucrativa.
    - Chega!
    - Estou te avisando porque o mundo não precisa de mais uma Irina – parei chocada com a sua revelação. – Ninguém precisa de mais uma escritora sofrendo pelo seu editor, sonhando com o dia em que ele voltará a enxergá-la. Dê continuidade aos seus planos. Faça como quiser. Mas o faça sabendo onde está se metendo.
    - Considero-me avisada. Agora me dê licença.
    Dei as costas e saí sem olhar para trás. Meu dia estava se tornando um inferno. Somente Edward teria o poder de me tirar dele ou de me jogar, de uma vez por todas em suas chamas. Caminhei pela casa sem me importar com os olhares curiosos. Rose me chamou, mas eu estendi a mão demonstrando que não queria ser detida naquele momento. Nada me impediria de esclarecer tudo como o meu professor.
    Minha mãe me olhou curiosa, não dei atenção ao que ela fazia, apenas andei com passos firmes e seguros em direção ao escritório do Dr. Cullen, para encontrar o seu tão querido filho. Um idiota, cretino, filho da puta de último calibre. Parei assim que me aproximei da porta. Ouvi a voz de Tanya, rindo e a de Edward acompanhando a alegria dela. Congelei.
    - Sério que você pensa isso mesmo de mim?
    - Claro! – A voz dele estava incrivelmente sedutora.
    - E o que você faz com Isabella Swan? – Edward ficou calado por um tempo, logo depois riu.
    - Isabella é um caso complicado de explicar, Tanya.
    - Ah é?
    - Sim. Muito diferente de você que eu sei exatamente como resolver.
    - Mesmo? Como?
    - Bom... – Ele puxou o ar de maneira audível. – Podemos discutir isso em algum lugar afastado daqui. O que acha?
    - Edward! Você sempre me surpreende.
    Não esperei para ouvir o que ele diria. Para mim estava tudo muito claro. Edward era um canalha. Um imbecil sedutor. Manipulador. Irina tinha razão, ele não media esforços para atingir o seu objetivo. Corri para o quarto sem saber ao certo o que fazer. Minha vontade era fugir. Ir embora sem falar com ninguém infelizmente não poderia. Meu pai estava lá e permitir que ele descobrisse só tornaria tudo muito mais difícil. Se bem que Edward merecia ter a arma do Charlie apontada em sua direção.
    Olhei para o meu computador e tive vontade de atirá-lo na parede. Ouvi alguém batendo levemente na porta, o que freou meus impulsos destruidores.
    - Entre – respirei fundo tentando manter a calma para não acabar alertando alguém sobre que aconteceu. Não acreditei quando vi quem abria a porta e entrava no quarto.
    - Oi! – Seus olhos demonstravam constrangimento e seu semblante parecia cansado. Mesmo assim ele tentou sorrir.
    - O que você quer Edward? – Minha raiva o pegou de surpresa.
    - Bella? – Rapidamente ele entendeu. – Eu sei que você deve estar pensando um monte de coisas...
    - Estou. Você realmente me deu muitas coisas para pensar, Edward.
    - Bella, por favor...
    - Não. – Apontei um dedo em sua direção para silenciá-lo. Fiquei incrivelmente surpresa com a minha calma. Não alterei a voz, não gritei, nem chorei. Comecei a falar claramente para que não restassem dúvidas. – Eu já entendi. Não precisa explicar. Vou facilitar as coisas para você. É o livro que quer? Ele é seu. Não precisa mais fingir, nem tentar me enganar, muito menos andar na corda-bamba para manter a sua adorada carreira. Você está livre, Edward. Tem a minha palavra de que nunca falarei nada sobre o que aconteceu entre nós dois. Apenas me deixe em paz!
    - Bella, o que você está dizendo? – Ele parecia indignado.
    - Você entendeu muito bem. Acabou!
    - Acabou? – Me olhou assustado.
    - É. Acabou. – Edward abriu e fechou a boca várias vezes, sem saber o que dizer. Caminhou pelo quarto, passando as mãos pelos cabelos os olhos fechados como se buscasse pelo próprio equilíbrio.
    - Você é muito infantil – disse finalmente.
    - Eu o que? – Não conseguia acreditar no que ele estava me dizendo.
    - Isso mesmo, Isabella Swan. Você é infantil e irritante. Entende tudo errado. Tira as suas próprias conclusões. Não dá para ser madura pelo menos uma vez? Eu estou exausto. Esgotado de tanto procurar um jeito de salvar as nossas peles e você procurando tornar tudo mais difícil. – Eu via a raiva contida em suas palavras mesmo assim não recuei.
    - Ótimo! Chegamos a uma conclusão. Somos incompatíveis. Eu sou infantil e você é um canalha – disparei.
    - Meu Deus! Será que você... – Ele ia falar, mas seu celular vibrou em seu bolso. Edward parou na hora, praguejando, deixando claro que já sabia do que se tratava. Olhou para a tela e depois para mim. O rosto cheio de culpa. – Isabella, eu preciso ir. – Bufei indignada. Eu sabia muito bem para onde.
    - Você vai mesmo sair com Tanya? – Eu deveria xingá-lo, bater nele e expulsá-lo do quarto, porém o fato de saber que ele me deixaria sozinha e iria se encontrar com aquela mulher fazia com que eu me sentisse tão rejeitada que doía. Era impossível controlar a minha raiva.
    - Vou. Eu preciso despistá-la até conseguir resolver...
    - Vá para a merda! – Explodi.
    - Puta que pariu! Será que você não ouve nada do que eu falo?
    - Quero você longe de mim. Agora!
    - Tudo bem. Eu vou. Esfrie a cabeça. Conversaremos quando eu voltar.
    - Fique longe de mim – sibilei. 
    - Tenho que ir, Isabella. Não dá para conversar com você nesse estado – ele me olhou com amargura deu as costas e foi embora.
    Tive vontade de morrer. Queria sumir, ir para bem longe, ser esquecida, não queria estar presente quando ele voltasse do encontro com Tanya. Seria insuportável. Olhei pela janela. A chuva se aproximava com rapidez. Queria que ela me afogasse. A decisão chegou com tanta força que só me dei conta quando corria em direção ao celeiro.
Um rapaz jovem e magro cuidava de um lindo cavalo negro. Era exatamente do que eu precisava.

POV EDWARD

    A chuva forte quase não me deixava dirigir de volta para o rancho. Tanya tinha ficado furiosa com o que eu fiz. Não a culpo. Eu fingi, enganei e manipulei muitas pessoas para conseguir limpar a barra da Bella. E a maluca ainda teve um ataque de ciúmes me acusando de ser um canalha. Puta que pariu! Eu queria um pouco de sossego, um dia só meu, bem longe desse bando de mulheres loucas e inconstantes.
    Se Jasper tivesse conseguido fazer o que eu pedi a ele tudo daria certo. Tanya com certeza aprontaria alguma, a julgar pela sua reação explosiva, mas se Jasper conseguir, eu não vou precisar me preocupar com ela. Queria poder apenas me concentrar em Isabella e esquecer o restante.
    A chuva caía com tanta força que me forçava a dirigir lentamente. Eu queria chegar logo para esclarecer tudo. Ainda precisava conversar com Charlie. Antes seria melhor contar tudo a Bella e torcer para que acreditasse em mim.
    - Você sabe que sua carreira já era?
    - Não. Não vejo motivo para destruir a minha carreira só porque me apaixonei.
    - Por uma aluna, Edward. Você não consegue compreender a gravidade? O mundo inteiro vai cair em cima de vocês.
    - Tanya, eu sei de todos os riscos. Bella também e nós dois decidimos que queremos ficar juntos.
    Não aguentava mais aquela conversa. Não suportava mais as ameaças, as tentativas de me fazer enxergar a situação. Ninguém conseguira entender que eu não conseguia mais viver longe dela? Podia ser egoísmo, suicídio profissional, o diabo a quatro. Para que serviria tudo se eu não pudesse ter Bella ao meu lado?
    - James não vai aceitar. Ele não aceitará o trabalho dela.
    - Vamos deixar que cada um tome sua própria decisão, ok? No momento, eu decido me casar com Bella – entrei na propriedade da minha família. A chuva castigava o chão fazendo tudo se transformar em lama.
    - Casar? – Ela ofegou. Olhei para Tanya sem acreditar em sua reação. Ela não era nem apaixonada por mim para tentar com tanto empenho me impedir de fazer o que pretendia.
    - Tanya! Você é linda! É inteligente. Por que não se permite ser feliz também? Eu não sou, nunca fui e nunca serei o cara certo para você.
    - Não seja ridículo! – Não dava mais para conversar. Tanya que ficasse sozinha com suas lamentações.
    - Vamos. Tenho muitas coisas para resolver – Abri a porta do carro e corri na chuva. Ela veio correndo atrás de mim, gritando e praguejando contra a chuva.
    Assim que entrei vi que alguma coisa estava errada. Todos estavam na sala. A expressão de René era de sofrimento. Droga! Imediatamente soube que era algo relacionado a Bella. Alice e Esme vieram em minha direção.
    - Onde você estava? – Alice me censurou.
    - Bella está desaparecida. – Minha mãe não estava preocupada com o que eu estava fazendo e sim com o fato da minha aluna ter sumido.
    - O que? Como? – Tanya riu cinicamente atrás de mim. – O que aconteceu?
    - Tentamos encontrá-la, a chuva apagou o rastro – Meu pai apareceu na sala com a roupa molhada e o celular na mão. – A polícia não tem como chegar aqui. Também informaram que devido à chuva, ela pode ter se abrigado em algum lugar seguro. Precisam de 24 horas para começar as buscas.
    - Eu vou atrás da minha filha. Ela não pode estar muito longe – Charlie já estava se aprontando para sair quando Jasper, Jacob e Emmett entraram completamente molhados.
    - E então? – René avançou para eles esperançosa.
    - O rio transbordou. Não tem como passarmos para o outro lado, para onde ela provavelmente foi. – Jasper olhou para mim um pouco preocupado.
    - O que deu nela? – René choramingou e Alice me acusou com os olhos.
    - Eu vou encontrar aquela destrambelhada. – Charlie estava decidido.
    - O que podemos fazer? Acreditam que dá para atravessar com o jipe? – Perguntei aos rapazes tentando traçar uma estratégia de busca.
    - Duvido muito. O jipe não é 4X4, teremos que encontrar outra maneira. – Emmett respondeu pensativo. Notei quando Rosalie se aproximou segurando na mão dele e o meu irmão a apertou transmitindo confiança. Bom... Pelo menos os dois estavam dando certo.
    - Se é impossível ir a cavalo ela não conseguirá voltar também – Jacob tentava colaborar. – e já está anoitecendo.
    - Com toda essa chuva é bem provável que o cavalo tenha se assustado e fugido – Jasper me olhou cúmplice. – Temos que pensar em todas as possibilidades – admitiu sem se deixar abater pelo choro das mulheres.
    - Tem alguma estrada que ligue ao outro lado do rio? Mesmo que distante é melhor do que ficarmos aguardando – Charlie se juntou ao grupo. Ele era decidido e forte. Poderia ser útil.
    - Nenhuma. Só pelo rio mesmo – Jasper informou. – E não dá para passar.
    - Jasper, eu vou tentar. Não sei como, mas vou – todos pararam me encarando. Charlie levantou uma sobrancelha, porém preferiu não dizer nada. Jacob sorriu, Jasper e Emmett concordaram.
    - Podemos tentar com o triciclo – Eu e Jasper nos animamos com a alternativa que meu irmão havia encontrado. – Ele é resistente e 4X4, só não sei se funciona. Não é usado há muito tempo.
    - Vale a pena tentar. Onde está? – Charlie assumiu o comando.
    - Na garagem. Atrás de um monte de coisas velhas – Jasper informou. – Mas só cabe uma pessoa – ele me olhou rapidamente.
    - Primeiro precisamos fazê-lo funcionar. Depois decidiremos quem vai – Emmett desfez o clima pesado que começava a se instalar.
    - Certo! – Charlie concordou.
    Conseguimos remover o triciclo. Jacob conseguiu fazer com que funcionasse e Emmett abasteceu o tanque. A chuva era torrencial o que tornava tudo ainda mais difícil.
    - Acho que o Edward deveria ir. É mais leve e conhece muito bem a região, vai saber aonde procurar – Jasper gritou contra o barulho da chuva.
    - Como saberemos se ele conseguiu? – Charlie não foi contra eu ser o escolhido.
    - Jasper, o seu casaco é impermeável. Eu vou com ele e coloco o celular dentro. Se conseguir um sinal, ligo assim que tiver alguma novidade.
    - E se não conseguir? Se alguma coisa acontecer? – Charlie parecia preocupado.
    - Eu vou atrás dele, caso alguma coisa aconteça – Jacob tranquilizou Charlie.  – Posso tentar arrumar uma das motos enquanto aguardamos. Assim teremos como passar, caso Edward não volte. – Charlie assentiu.
    Jasper foi buscar o casaco e Emmett entrou para informar as novidades. Jacob ficou arrumando algumas coisas no triciclo enquanto esperávamos.
    - Traga a minha menina de volta, Edward. Ela é o meu maior tesouro. – Charlie estava com a voz embargada. Olhei em seus olhos e vi neles um imenso sofrimento. Imediatamente compreendi o seu excesso de cuidado. Ele amava Isabella e não suportaria perdê-la.
    - O meu também, Charlie – admiti sem receio. – Isabella é toda a minha vida. - Ele me olhou surpreso, mas não reagiu contra a minha confissão. Estávamos ligados pela mesma causa e objetivo.  Se era assim que deveria ser, assim seria, então ele assentiu concordando.
    Jasper voltou e Jacob apertou minha mão se despedindo. Charlie também fez o mesmo. Seu aperto foi forte, seguro e confiante, como se fossemos parceiros. Em seguida ele foi embora, voltando para a chuva. Montei no triciclo rezando para me lembrar de como manter aquela máquina sob controle.
    Liguei e quando estava de partida ouvi René chamando por mim. Virei em sua direção. Ela se aproximou e me abraçou. Um pouco sem graça envolvi aquela mulher em meus braços. Foi quando ela sussurrou em meu ouvido:
    - Isabella te ama. Ela confia em você, então eu também confio. – Meu coração ficou em festa com aquelas palavras. Bella me amava, assim como eu a amava e não importava nossa briga, nem as besteiras que aquela cabecinha louca pensava e era capaz de dizer. Eu a encontraria, porque seria guiado pelo meu coração e este estava ligado diretamente ao dela.

10 comentários:

Keyle disse...

Uauuuuuu!!!! Sem palavras.... ansiosa pelo proximo.

Claudia Mendes disse...

Agora quem dia sou eu... Puta q pariu... Precisava esse auê todo por isso? Será q não passou pela cabecinha destrambelhada da BElla, q o q Irina estava tentando fazer era separar os dois? Será q ele n deu provas suficientes q gosta dela realmente? Edward tb por sua vez poderia ser mais direto ne? Fica nesse chove n molha, deveria ter dito a muito tempo q a ama, assim seria mais facil;;;;

Bom pelo menos agora com essa confusão toda, vai servir p todo mundo saber d uma vez o q existe entre esses dois! E talvez seja menos traumático para Charlie, kkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

Unknown disse...

Aaahhhh Bella essa imaturidade é o q te mata! Cresce menina kkkkkkkkkkk

Belc disse...

Por favor Tatiana, me responde se vc ainda vai postar no wattpad. Eu adoro essa historia na versão q vc postava lá e não consigo ler na versão fanfic. Estou muuuuuito curiosa pra saber o que acontece nesses capitulos que vc já postou aqui ! Então, vc ainda vai postar no wattpad ???????

Stéphanie Cruz disse...

Ansiosa é pouco com esses dois. OMG!! Bella e sua cabeça dura..
Adorando a história.

Unknown disse...

Nossa amada!! Que tenso!! Fiquei com a "mó" antipatia dessa Irina. Estava até achando que ela era gente boa, mas a cobra estava escondendo suas intenções com o Ed. Achei linda a confissão do amor Ed para Charlie. Quero só ver o que ele vai fazer depois q a poeira abaixar.
Ansiosa pelo novo capítulo.
Bjs e até mais.
Mônica/Ninar

Unknown disse...

Meu Deus!!!!Preciso de saber o que aconteceu!!!rsrsr

Dea Capelo disse...

Nossa... foi um sufoco com essas duas loucas atrás do Edward hein... pelo menos agora ele finalmente colocou tudo em pratos limpos com elas... e agora até Charlie sabe??? :o Ehhhhhhhhhhhhhh... fiquei emocionada com esse finalzinho do caps.
Tomara que agora eles se acertem de vez, vai ser lindo neh...

Yasmin Aguiar disse...

Quando vai sair o próximo capítulo?

Tatá disse...

Hey Tati linda, mais um capítulo perfeito, já não tenho mais adjetivos para descrever e elogiar suas postagens, vai acabar sendo repetitivo comentar sobre a perfeição e singularidade presente.
Só me resta agradece-lá por animar meu humor, parabenizar seu trabalho e ficar ansiosa na espera de uma atualização... Ah, e sonhando com a prumeira vez desse casal.
Fiquei realmente feliz por Edward ter deixado tudo em "pratos limpos" e pir Bella, mesmo escolhendo uma maneira ruim e infantil, demonstrar que tem atitude. Precisa mesmo falar do meu nojo eterno e sem medidas por Tanya e Irina?!
Enfim, Tatiana nos "vemos" na próxima... Seja breve, rs rs rs. Beijos :*

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