Docinhos: Função CEO - A Descoberta da Verdade (parte 1)

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"Droga! Não estava nos meus planos aquela aproximação. Era para ele me odiar. Era para desejar a minha morte. Então porque ele me olhava de maneira tão suplicante? 
- Mel! – levantou a mão para me tocar. 
Aquele mínimo segundo pareceu uma eternidade. Todo o tempo parou, o mundo deixou de girar, o som não existia mais. Apenas Robert e eu, presos naquele banheiro sufocante que naquele momento valia toda a minha existência. Tudo porque ele me tocaria. Após três míseros meses implorando para que eu não desejasse tanto aquele instante, lá estava eu, ansiosa para que ele completasse a distância e tocasse a minha pele. Ao mesmo tempo eu implorava para que ele não o fizesse. Para que me deixasse em paz e pudesse concluir o plano. 
E então ele me tocou. 
Foi como antes. Fechei os olhos. Meu corpo se acendeu. Meu sangue correu com força nas veias. Meu ar ficou preso nos pulmões. Era ele. Robert estava lá. Sua pele na minha. Seu toque quente. Droga! Eu não podia! Eu não podia! Eu não podia!
- Senti tanto a sua falta! – mais um pequeno passo e seu corpo estava muito próximo. Ele sussurrava. Sua voz aveludada. Puta merda! Eu não podia! – Olhe para mim!
Respirei fundo forçando minha mente a aceitar que aquilo era perigoso e que ceder seria estragar tudo. Eu precisava entender, aceitar e continuar. Por mim, por Abby e por todos que foram subjugados, humilhados e destruídos por causa daquele jogo inescrupuloso, imundo e desumano. Tinha que ter um fim. Porque ninguém recomeça sem finalizar. Não pode existir restos, sobras, pendências. Tudo precisava ser concluído.
Abri os olhos e encarei aquela íris cinza, cheias de amor e desejo. Era muito mais bonito e perfeito do que minha mente conseguia retratar. Ele aguardava por mim. Seus olhos vagando entre meus lábios e olhos. 
- Tire suas mãos de mim – minha voz fraquejou. – Tire as mãos de mim, Carter.
- Por que? Vai levar tudo de mim, agir como se não valesse nada da nossa história, negar que também passou todos estes dias ansiando para estar comigo? Mel? Olhe para mim! – segurou meu rosto com as duas mãos forçando-me a encará-lo. – Eu amo você!
E aquelas palavras forçaram minhas barreiras ao limite. Fechei os olhos e pensei em todo o meu sofrimento. Tudo o que vivemos. Todas as lágrimas. Tanya. O carro me atropelando. Nicole atingida, estendida no chão... Não! Não! Não!
- Olhe para mim – suplicou. – Mel, eu amo você! Só... Só me diga que isso tudo é um jogo. Que você está fazendo isso para tentar me ajudar a deter Tanya. Por favor! Melissa, olhe para mim. 
Olhei para Robert determinada a continuar. 
- Eu odeio você, Robert Carter – minha voz não ajudava muito. Não com ele com as mãos em mim. – Tire suas mãos de mim. 
- Não. Você não me odeia. Pode até estar tentando, Melissa, mas está falhando miseravelmente – sua voz continuava aveludada. Uma carícia para os meus ouvidos, sentida em minha pele e acolhida em meu coração. Eu tinha que ser mais forte. Então dei uma risada irônica.
- Deixe-me, Robert! Eu não amo mais você. Aliás, acho que nunca amei. Apenas entrei em seu jogo e acabei me dando bem – ele sorriu.
Lentamente uma mão deixou meu rosto e desceu para meu pescoço. Minha pele correspondi ao seu toque. Puta merda! Era uma disputa desleal. 
- Prove – sussurrou aproximando seus lábios dos meus. – Prove que você não me ama. Faça-me acreditar que tudo não passou de diversão – roçou seu nariz do meu queixo até a minha orelha. – Diga que não sentiu saudades – a voz rouca lançava chamas em meu corpo. Um convite tentador a perdição.
Enquanto uma mão tocava meu pescoço, a outra desceu até a minha cintura, desfazendo os últimos centímetros que afastavam nossos corpos. Estremeci visivelmente. Robert era forte demais em mim. Tê-lo tão próximo era o mesmo que me render. Que aceitar que eu era fraca demais para aquela disputa. 
- É só sexo, Robert – ele sorriu daquela forma única. Que apenas ele conseguia e somente Robert Carter era capaz fazer. Aquele sorriso era a minha perdição.
- Então diga – sua mão apertou minha cintura forçando-me em sua ereção. Puta merda! Como fugir. – Diga que você não me quer mais e eu aceito – seus lábios roçaram meu pescoço. Eu podia sentir a umidade no meio das minhas pernas. Meu sexo latejando implorando por ele. Não! Não! Merda! – Diga que não me ama, que foi tudo mentira – levou os lábios em direção aos meus, parando um milímetro de distância. 
- Eu não amo você – minha voz saiu tão baixa que foi quase impossível ouvi-la. Ele sorriu.
- Não? – roçou os lábios nos meus. Suspirei sentindo um espasmo correr meu corpo. 
- Não – eu estava rendida. Sua mão me forçou um pouco mais.
- Repita – a outra mão subiu em minha nuca, posicionando meu rosto para o seu beijo.
- Eu... – puxei o ar. – Eu não amo você – soltei o ar aliviada por conseguir dizer. Ele me puxou ao seu encontro, acariciando a base das minhas costas. 
- Vamos lá, Melissa. Você pode fazer melhor do que isso – filho da puta! Ele sabia que eu perderia. Sabia que meu corpo não aguentaria mais. – Diga que não me ama.
Seu hálito quente, seus lábios deliciosos, suas mãos imperativas. Eu não conseguiria mais. 
- Eu... Eu não te amo...
E seus lábios cercaram os meus. Tomaram-me com propriedade. Senti aquele gosto tão desejado, aquele calor tão sonhado. Foi com atear fogo em um barril de pólvora. Eu e me vi rendida, entregue, sedenta por aquele homem que destruiria todos os meus planos. 
Sua língua tocou a minha, abrindo espaço em minha boca e forçando-me a aceitá-lo. Foi um beijo forte, dominador, que não permitia recusa. E então ele me abandonou, levando os lábios por minha pele e explorando com os dentes a minha pele fervente. 
- Diga que não me ama – rosnou com a boca colada ao meu pescoço.
- Eu... - outra vez ele me beijou com força. Sua mão firme em meu cabelo, ditando suas regras. Um beijo feroz, saudoso, cheio de desejo. Involuntariamente me remexi em sua ereção, causando um gemido extremamente sexual que saiu da sua garganta. 
- Diga – forçou meu rosto pra trás, puxando meu cabelo e se apossando do meu pescoço."


"- Tire as mãos dela, seu cretino! – Dean sibilou 
- O que você faz aqui? Quem te deu permissão para invadir a minha sala?
- A minha sala – ele me lançou um olhar que com certeza teria me feito recuar se Dean não estivesse lá para me apoiar e me deixar mais forte. 
- Eu mandei você tirar as mãos dela, ou não respondo por mim.
- Venha me forçar a fazer isso.
Eles se encararam e a tensão foi se formando como uma névoa que ocupava todo o banheiro. Eles eram grandes demais e impetuosos demais para comportar aquele pequeno ambiente. Eu quase não conseguia respirar. Precisava evitar a qualquer custo que eles se enfrentassem. 
- Não precisa, Dean. Robert sabe que não pode dar este passo – sorri forçando o medo a fugir do meu corpo. 
- Ele está ao seu lado nesta farsa? – Robert estreitou os olhos e sua mão fez mais força em minha cintura.
- Mandei largar a Melissa, seu filho da puta! – Dean avançou e eu entrei na frente deles dois evitando o pior.
- Dean! Não é necessário – passei a mão em seu peitoral e as deixem em seu ombro. 
- Fique longe dela – Dean continuava rígido, pronto para o combate. – Não vou mais avisar, Robert Carter.
- E quem é você para me avisar qualquer coisa? – Robert forçou. No mesmo instante meu coração falhou uma batida. Era a hora da verdade. Fechei os olhos ainda de costas para ele e deixei que minha cabeça encostasse no peito de Dean.
- Eu? – ele riu. – Não contou a ele?
- Dean, não...
- Contou? – eu sabia que aquilo mataria Robert. Dean riu mais uma vez e passou uma das mãos em minhas costas.
- Eu sou o marido dela. 
Puta merda! Puta merda! Puta merda!"



"Ela também não colaborava muito. Seus ataques eram reais e certeiros. Ela tentava me desacreditar. Mexia com a minha capacidade profissional, alertava minha apatia, brincava com minha tristeza e se divertia com o meu sofrimento. Eu a odiava. 
- Os grupos vão cair sobre as nossas empresas sem nenhuma piedade, Robert. Se você não suaviza por um lado, não consegue encobrir o outro.
- Não estamos fazendo nada de errado. Muitas propriedades foram compradas com o dinheiro deste grupo, doadas para uma instituição teoricamente fantasma, e depois de restauradas com o nosso dinheiro, foram vendidas com supervalorização. E ninguém consegue achar um culpado.
- A pessoa se apresentou com um projeto. Havia uma via legal para tudo o que fizemos. Como poderíamos prever que seria uma quadrilha? Muitas empresas estão caindo no mesmo golpe. 
- Então precisamos mudar nossas estratégias. Pelo visto a forma como você está gerindo seu setor não é a mais adequada. Quem pode me garantir que não existe um dedo seu nesta podridão toda?
Eu tinha quase certeza de que Tanya sabia que eu possuía as provas para incriminá-la. No entanto ela não agia porque acreditava que eu temia por Melissa. Eu realmente temi pela minha namorada, até me certificar de que nem mesmo a minha esposa seria capaz de encontrá-la. Se existia uma hora em que eu poderia agir para destruir Tanya, era aquela. 
- Prove que eu estou envolvida em cada um dos seu tropeços, Robert. Apresente para a comissão a minha culpa – ela sorriu, mas seus olhos estavam raivosos. – Enquanto você não consegue nada, tenha em mente que eu ainda sou a segunda maior acionista e que a sua função não permite que impeça os meus projetos. Projetos estes que aliás, estão salvando a sua pele, ou você prefere ter os ambientalistas bombardeando cada um dos seus novos investimentos? Lembre-se, célula tronco, clonagem, nada disso consegue ser bem aceito pela sociedade. A humanidade ainda é um monte de primatas brincando de ser Deus. Não se engane. Deus não perde o seu tempo com avanços científicos, mas sim com projetos que o torna acima de todos. Ele é um estrategista, assim como eu.
- Ou um CEO, assim como eu."

2 comentários:

Unknown disse...

Estou amando a trilogia função CEO, porém confesso que o prólogo do terceiro livro me deixou triste, mas espero que seja só para nos despistar do final dessa trilogia. Aí meu coração está tão apertado.

Unknown disse...

Tati estou cada dia mais arrasada com a Mel, como ela pode subestimar o amor de um homem daquele.
Depois de tanta provas de amor que ele ja demonstrou pra ela.
Ela sabia onde estava se metendo pra depois querer destrui-lo;
acho que ele agora se desintegra de vez.

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