As confrarias

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Ontem eu fui ao teatro com o maridão. Ok! Todo mundo vai dizer: e daí? Teatro é um programa normal e para todos. É verdade, mas não no meu caso. No meio do turbilhão de atividades que preciso exercer no meu dia-a-dia, nunca sobra tempo para coisas simples e deliciosas como assistir a uma peça de qualidade. Então... Ontem eu fui ao teatro.


O motivo do post de hoje é ressaltar uma peça que me deixou admirada, orgulhosa e deliciada. Existe uma cultura na Bahia (pode ser que eu esteja dizendo besteira, mas é como eu vejo), que peça boa é quando faz você rir muito, ou seja, as costumeiras comédias que vemos explodir de sucesso em diversos momentos. A peça que eu assisti ontem não é uma comédia, mas me cercou e surpreendeu de maneira tamanha que não pude deixar de escrever sobre ela.


Chama-se “As confrarias” que se baseia na obra literária de Jorge Andrade e tem como diretor Paulo Cunha. Tudo acontece no período da mineração, quando todos vivam tensos devido a derrama (vale pesquisar, porque história é uma delícia e alimenta seu conhecimento) e uma mãe (Marta), tem toda a sua vida destruída pelo domínio do ouro. Perde suas terras, seu marido (esta parte foi bem tensa) e o filho único. Tudo acontece com a mãe procurando um lugar para enterrar o filho, e como era de costume naquela época, ela precisa da autorização de uma confraria para enterrá-lo em terras da igreja, contudo, devido a diversas circunstâncias, que temo revelar e entregar demais o doce, não recebe o apoio de nenhuma delas para realizar tal fato. 

A peça aborda muitos temas que nos chama a atenção e faz parar para refletir. Está encrustada de valores hoje exigidos, mas na época, rejeitados, e nos arremete para uma realidade ainda complicada. 
Vale salientar que a produção ganhou todo o meu respeito. Todo cenário, coreografia, arranjos musicais, sonoplastia, caracterização, cenografia, iluminação, tudo ficou simplesmente perfeito, sem falhas. Os atores (todos de parabéns), são do mais alto nível. Confesso que fiquei emocionada vendo a Jacyan Castilho (que interpreta a Marta) atuando, com tanta força e verdade que me deixou deslumbrada. 


Bom... A peça está em cartaz todas as quintas, sextas, sábados e domingos, no teatro Martins Gonçalves, na escola de teatro da UFBA. Não sei dizer se sempre será às 19:30h, mas é de graça (então ninguém tem desculpa para não assistir) e é necessário chegar um pouco mais cedo para conseguir o ingresso. E eu super recomendo, ok?

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