Função CEO - A descoberta do prazer (relembrando como tudo começou)

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Oi outra vez, pessoal! Hoje eu quis postar o primeiro capítulo do livro Função CEO - parte 1, apenas porque gostaria de relembrar como tudo começou. Aqui vocês vão começar a conhecer os novos nomes, como cada personagem passou a se comportar e animar um pouco mais para o lançamento. Lembrando que o livro será lançado pela Editora Literata em março de 2014, ok? Vamos relembrar? Bjs

CAPITULO 1


    Era o meu primeiro dia de trabalho. Estava super nervosa. Foi muita sorte conseguir uma vaga naC&H Medical Systems. Não sei se posso chamar simplesmente de vaga a função de secretária executiva sênior, ou seja, secretária executiva do maior de todos os cargos existente no grupo. “Céus! Estou tão nervosa que consigo nem me concentrar”. Quando Kary me ligou avisando que Abgail sofrera um acidente de carro e ficaria afastada do trabalho por um longo período, não passou pela minha cabeça que seria eu a substituí-la.
    Kary e Abby, como chamamos Abgail, são minhas amigas. Estudamos juntas na universidade, mas seguimos caminhos diferentes depois de formadas. Tentamos continuar em contato, no entanto Abby estava sempre muito ocupada com viagens e reuniões, pois seu chefe, o todo poderoso Carter, sempre precisava dela ao seu lado. Então nossa amizade se resumia a mensagens e conversas, via celular, além de e-mails e algumas curtidas no Facebook.
    Eu não o conheço. Quer dizer... É óbvio que sei que as empresas do grupo C&H Medical Systems são consideradas superempresas, com os melhores projetos, empregos e salários. Profissionais de todas as áreas batalhavam por uma oportunidade de fazer parte do seu quadro de funcionários. No momento isto era o que mais me entusiasmava.
    Era um grupo tão forte e importante não só em Chicago, mas nos Estados Unidos e no mundo, que ganhou uma semana do meu curso quando na universidade. O professor precisou de todo esse tempo falando do seu desempenho econômico, da sua enorme capacidade de exportação, do seu desenvolvimento, inovações tecnológicas e, claro, o que isso representava para a economia americana. Ou seja, trabalhar para o grupo não seria somente importante para um inicio de carreira, seria a minha grande chance.
    Só sei que, por causa do meu currículo universitário impecável, consegui ocupar o cargo, mesmo que fosse numa vaga temporariamente disponível. Também influenciou na escolha o fato de falar fluentemente três línguas e, além de capacitada para exercer a função de secretária executiva, graças a um longo estágio numa empresa de exportação, sou formada em economia, ou seja, a pessoa perfeita para exercer o trabalho.
    Não me sentia incomodada por ocupar o lugar da minha amiga. O salário era fantástico, a experiência que iria adquirir faria uma grande diferença em meu currículo, além do que Abby não poderia voltar a trabalhar tão cedo, então não estaria fazendo nada de errado.
    Dei uma última olhada no espelho. Minha saia justa até o joelho e com cós alto combinava perfeitamente com a blusa branca de mangas compridas que escolhi para meu primeiro dia, apesar de ter consciência de que a cor escolhida em nada me favorecia, devido a minha pele translucida. Um pouco de sol me faria bem. Os cabelos longos e escuros estavam soltos, mas devidamente arrumados para trás. Caprichei na maquiagem. A aparência seria fundamental para função que exerceria.
    Não era muito eu naquela imagem refletida no espelho, mas seria assim que iria me vestir de agora em diante, pelo menos enquanto ocupasse o cargo. Os saltos altos em meus pés me lembravam do quanto me sentia desconfortável com eles. Nem tinha saído de casa e já estava implorando pelo meu jeans, minha regata e meu velho e confortável All Star.
    Desci para a garagem caminhando lentamente até meu carro, com medo de cair e estragar o visual. Sorri lembrando o quanto ele era a exatamente parecido comigo: pequeno, confortável e prático, embora velho, tudo o que eu precisava reunido em um só lugar. Claro que eu poderia fazer o percurso de bicicleta. O dia estava lindo! Uma raridade em Chicago. Mas não achei que os saltos e minha saia justa permitiriam dar duas pedaladas sem me espatifar no chão, então optei pelo carro.
    Durante o percurso para a C&H fui imaginando como seria. De que forma me apresentaria? Como seria o Sr. Carter? Eu não o conhecia. Lembrava-me de ter visto uma foto dos dirigentes do grupo, mas estavam todos juntos e eram tantos que não me preocupei em verificar quem era quem. Para ocupar um cargo tão importante com certeza seria um velho rabugento e cheio de manias. Suspirei.
    Abby não me informou nada a seu respeito no dia em que fui visitá-la para contar a novidade, apenas como eu deveria me comportar. Estar atenta ao trabalho, só falar quando questionada ou para comunicar alguma coisa. Estar sempre disponível e com a aparência impecável. Manter a distância profissional necessária com os funcionários, principalmente os de cargos superiores. Tantas recomendações serviram apenas para me deixar ainda mais nervosa. Droga! Com a minha falta de equilíbrio e timidez não sobreviveria nem um dia nesse emprego. Quem eu estava pensando que era? Com certeza derramaria café nele nas minhas primeiras horas de trabalho e seria arremessada pela janela.
    - Santo Deus! Acalme-se, Mel! – parei em frente a um torniquete e um segurança se aproximou. Abri o vidro, entreguei a ele meu cartão de acesso ao prédio que recebi quando fui admitida. Ele apenas concordou e abriu espaço para que eu pudesse entrar.
    Havia um estacionamento do lado de fora, que estava cheio e uma entrada para outro dentro do prédio. Optei pela parte interna. Se chovesse não precisaria me molhar para voltar ao carro.
    Olhei para meu relógio e... Droga! Cinco minutos para me apresentar ao setor de Recursos Humanos. Uma das recomendações mais importantes da Abby foi nunca, nunca mesmo, me atrasar. Olhei ao redor, procurando uma vaga. O estacionamento de dentro era muito menor que o de fora e não havia tempo para voltar. Droga duas vezes! “O que eu faço?” Levei o carro mais à frente e consegui avistar uma vaga, separada das demais, mas era um lugar onde eu podia deixar o carro. Então dirigi rapidamente até lá, com medo de algum engraçadinho chegar primeiro, apesar de eu ser a única no local. Com tudo resolvido saí do carro praticamente correndo em direção ao elevador que, por milagre, chegou rápido me dando ainda um longo minuto para relaxar ouvindo a música suave.
    As portas abriram no quinto andar. Saí para uma sala ampla com uma recepção pequena e paredes de vidro que mostravam a agitação por trás delas. Algumas pessoas caminhavam com copos de café nas mãos, outras estavam atentas às telas de computador em suas mesas. Observei cada uma delas. Era importante para compor meu personagem dentro da empresa. Fiquei satisfeita ao constatar que o meu visual era condizente com o do restante do pessoal. Aguardei a recepcionista terminar a ligação.
    Todo o contato com a empresa, até o momento, tinha sido em um hotel onde foi feita a seleção. Depois fui entrevistada por mais duas pessoas, uma mulher e um homem, que não recordava o nome, um telefonema confirmou a minha admissão como estagiária e, por fim, a assinatura do contrato, que também aconteceu numa sala reservada de um hotel com uma estagiária do setor. Ou seja, não conheci a Srª. Carter.
    - Bom dia! – ela tinha um sorriso agradável. – Posso ajudá-la?
    - Sim – retirei da pasta minha credencial que carregava junto com alguns papéis que deveria apresentar no meu primeiro dia. – A Srª. Carter está me aguardando – só então me dei conta de que trabalharia com o Sr. Carter, mas quem estava me aguardando era a Srª Carter. Casados? Bem provável.
    - Melissa Simon? Um momento, por favor! A Srta. Carter já está aguardando - senhorita? Então ela deve ser filha.
    A mulher à minha frente indicou a cadeira com estofado creme, quase branco, ao lado da recepção. Sentei aguardando enquanto ela, mais uma vez, ligava para alguém. Olhei para minhas unhas, rezando para que meu esmalte não tivesse descascado. Seria o fim do mundo se estivesse justamente no dia em que iria apertar diversas mãos.
    - Srta. Simon? Por aqui, por favor! – a recepcionista me chamou. Seu rosto angelical estava me encarando como se algo de errado estivesse acontecendo. “O que eu fiz?”
    Segui seu corpo magro e alto, coberto por um vestido perfeito e clássico, cor de carne mal passada. A mulher se virou me observando rapidamente, como para certificar-se de que eu a seguia. Passamos para a parte interna das paredes de vidro onde pude ver que as pessoas se viravam para me olhar. Senti meu rosto pegando fogo. Deixei que meu cérebro se ocupasse apenas com a função de não me deixar tropeçar em nada. Seria realmente trágico.
    - Apresse-se, por favor! – a mulher chamou a minha atenção. – Não podemos nos atrasar – confidenciou.
    Meu coração acelerou, como sempre fazia em situações em que me sentia pressionada. Que diabos de empresa era esta que o horário era mais importante do que qualquer coisa? Tentei acelerar os passos me concentrando para não cair, enquanto passávamos pelas diversas mesas repletas de papéis. Será que ninguém aqui sabia que a burocracia matava as organizações?
    - Por aqui – apontou uma imensa porta de madeira escura sem maçaneta. Com certeza uma interrogação se formou em minhas sobrancelhas.
     A mulher apenas a empurrou suavemente fazendo com que a porta giratória abrisse nos levando para dentro de uma sala perfeitamente arrumada. Apesar de também possuir uma imensa parede de vidro ao fundo, dando uma vista do rio Chicago em toda a sua magnitude, era uma sala reservada, além de muito discreta.
     A mulher apenas gesticulou para que eu entrasse saindo logo em seguida, deixando a porta fechar atrás de mim. Fiquei tensa. Eu podia ouvir uma voz quase infantil em algum ponto da sala, mas aonde?
    - Ela já está no prédio – a pessoa falava. – Não. Apesar do atraso vai dar tudo certo – uma pausa. – Não. Ele ainda não chegou, temos algum tempo – a mulher saiu por uma porta que era imperceptível para mim e caminhou até a parede de vidro. – Tudo bem. Estamos subindo agora mesmo – desligou o celular olhando-me como se já tivéssemos sido apresentadas. Sorrindo, veio em minha direção com as mãos estendidas.
    - Srta. Simon, Nicole Carter. Sou a responsável pelo setor de RH de todo o grupo C&H Medical Systems
    Tão jovem? Mas como? Ah tá! Ela era filha do todo poderoso Carter. Claro que teria um cargo à altura de sua herança genética.
    A pequena mulher era muito bonita. Seus cabelos negros eram curtos, com um corte moderno, cheio de artifícios. Seus olhos verdes quase cinza, imensos, me observavam e seu sorriso era verdadeiramente confiável. A postura do seu corpo demonstrava o quanto estava confiante em sua posição, não deixando dúvidas de que levava a sério o que fazia.
    - Estamos atrasadas, por isso vou pular uma grande parte do protocolo e levá-la diretamente para a sua sala. Robert chegará a qualquer momento – imediatamente começou a caminhar. Eu a segui tentando acompanhar seus passos rápidos.
    Mais uma vez passamos pela porta de madeira voltando para a ampla sala repleta de funcionários. Novamente fui observada por todos. Corei com esta constatação.
    - A Srta. Alexa Madden irá nos ajudar neste primeiro dia, já que por estarmos atrasadas, não teremos tempo hábil para lhe passar todas as suas atividades. Estamos realmente com sorte – sorriu virando-se para mim. Como ela conseguia não cair andando tão rápido usando saltos altos? - O Sr. Carter nunca atrasa. Não sei o que aconteceu hoje, mas o fato é que a sorte está do nosso lado - entramos no elevador onde ela indicou o 16º andar.
    - São quinze andares, um para cada setor. Você ficará no 16º com o Sr. Carter. Não temos o 13º andar, superstição. Não acredito nessas coisas, mas enfim... Por isso são quinze andares e vamos até o dezesseis – ela riu. Consegui relaxar um pouco. A Srta. Carter era divertida. – Com o tempo você vai conhecer todos os andares e seus respectivos diretores, agora só precisa se concentrar em conhecer o seu. Robert está nervoso com o afastamento repentino de Abgail, por isso é fundamental que você consiga atender a todas as suas exigências nesses primeiros dias. Não se assuste com ele. O Sr. Carter é durão, mas não morde – mais uma vez ela riu. Comecei a me sentir cada vez mais curiosa a respeito do grau de parentesco dela com o Sr. Carter.
    A porta do elevador abriu nos mostrando uma sala ampla, toda dividida em aquários imensos, repartidos com paredes de vidro. Isso só poderia ser uma obsessão. Ao centro dos três aquários, uma sala impecavelmente arrumada com uma mesa imensa, duas peças de escritório, também de madeira escura e cheia de gavetas, uma poltrona branca e mais duas cadeiras em formato moderno, um jarro com uma planta que parecia ser uma palmeira, se destacava.
    Sobre a mesa havia um computador e três agendas: uma branca, uma vermelha e outra preta, algum material de escritório como canetas, marcadores, clipes, dentre outros. Em um canto mais afastado da mesma havia papéis, poucos, mas estavam lá, comprovando que a empresa ainda era bastante burocrática. E, para finalizar, uma impressora moderna, parecia um misto de impressora, copiadora e scanner, contudo bastante discreta, não um trambolho como a da empresa em que estagiei.
     Ao lado de tudo o que descrevi estava uma mulher. Ela parecia ansiosa, no entanto, nada que impedisse qualquer mortal de admirá-la. Era simplesmente linda. Cabelos loiros, presos num coque perfeitamente trabalhado, olhos azuis, expressivos, nariz fino e totalmente de acordo com o restante das suas feições. Seus lábios cheios pareciam uma fruta convidativa. Confesso que me senti péssima. Quem não se sentiria assim ao lado dela? Para piorar, o corpo parecia pertencer a uma deusa. A calça branca justa, com cintura alta desenhava tão bem suas pernas que senti vergonha das minhas tão magras. Sua blusa rosa parecia combinar com seus lábios. Ela sorriu para nós, ou talvez apenas para a Srta. Carter, o que fez com que eu me sentisse ainda pior. Seus dentes eram fantásticos. Como esta mulher podia estar ali e não em uma revista de moda?
    - Graças a Deus! – falou ansiosa. – Já ligaram avisando que ele chegou. Parece que teve um contratempo na garagem.
    - Alexa, esta é a Srta. Simon – ela estendeu a mão em minha direção sorrindo amistosamente. Até a textura da sua pele era perfeita. – Melissa Simon, esta é Alexa Madden, secretária executiva do departamento de marketing. Trabalha com Bruno Carter. Estava ajudando Robert enquanto não conseguíamos uma substituta para Abgail. Fique tranquila que Alexa irá ajudá-la no que for possível.
    - Bom... Melissa Simon não temos mais tempo algum. A qualquer momento o Sr. Carter aparecerá. Posso explicar apenas que esta é a sua mesa, a sala atrás de vocês é a do Sr. Carter, a sua direita uma sala de reuniões e a sua esquerda uma espécie de copa, que deve ser utilizada apenas para as necessidades dele e demais pessoas que tiverem autorização. Tudo isso é de sua inteira responsabilidade. Deve estar sempre pronto e impecável para quando ele solicitar. Nunca entre na sala dele sem ser chamada. Nunca se esqueça de nenhum dos seus compromissos, o que me leva a apresentá-la a estas três agendas que agora serão a sua vida.
    Ela falava sem parar alternando entre olhar para mim, verificando se eu estava ou não acompanhando o turbilhão de informações que me passava e indicando cada peça que descrevia.
    - A agenda vermelha é para os compromissos pessoais, a branca para os compromissos internos da empresa e a preta para os compromissos externos. Entendeu? – sinalizei que sim. Meus olhos estavam arregalados. Era fundamental não me esquecer de nada. – Cada uma destas gavetas é para um tipo diferente de negócio. Não estão identificadas, será necessário que abra cada uma para se familiarizar e, vamos rezar, para que ele não precise de nada que esteja nelas agora. Eu tenho muito trabalho lá embaixo. Precisarei deixá-la sozinha por alguns minutos. E...
    Ouvi a porta do elevador se abrindo. Quase congelei de pânico. Eu estava de costas, mas pelas feições de Alexa e Nicole, soube de quem se tratava. Os passos ecoaram no chão liso. Resolvi me colocar de frente, ao lado das outras duas. Ao me virar dei de cara com um par de olhos cinza cravados em mim. Não entendi o porquê, mas respirar ficou mais difícil. Se aquele era o Sr. Carter, minha intuição estava totalmente errada a seu respeito.
    Ele era muito jovem, talvez 30 anos. Cabelo loiro-escuro, perfeitamente penteados para o lado com algo que parecia ser gel, pois mantinha os fios presos. Sua pele branca quase brilhava pela claridade da sala, incrivelmente iluminada. Seu corpo se movimentava de maneira felina.
    Os ombros largos destacavam o peitoral trabalhado. O paletó demonstrava o quanto era imponente num corte perfeito para seu corpo. Seus lábios estavam entreabertos e, se eu achei os de Alexa convidativos, não havia palavras para descrever os do Sr. Carter. O tom naturalmente rosado destacava ainda mais sua perfeição.
    Ele sorriu um sorriso torto que imediatamente enviou ondas de calor pelo meu corpo inteiro. Então me dei conta de que estava praticamente babando. Que idiota! Como podia agir assim no meu primeiro dia de trabalho? Por que ele sorria para mim daquela forma? Sentia minhas bochechas ardendo e esta não era a única parte do meu corpo a reagir aos seus encantos. Era escandaloso demais.
    - Sr. Carter – Alexa se adiantou cumprimentando-o.
    - Bom dia Alexa, Nicole – seus olhos mais uma vez me queimavam.
    - Robert – Nicole respondeu sorrindo. – Aconteceu alguma coisa? Você nunca se atrasa.
    - Sim. Parece que alguém estacionou na minha vaga. Alguém novo aqui na empresa – agora seus olhos não apenas me queimavam, me fuzilavam. – Eu precisei procurar outro local para estacionar. Acredite, meu carro teve que ficar fora do estacionamento dos dirigentes. Só encontrei vaga no dos funcionários.
    Pensei que minhas pernas não me suportariam devido ao tanto que tremiam. Que mancada gigantesca! Era meu primeiro dia e minha imagem já estava completamente queimada. Ninguém havia me avisado que aquele era o estacionamento dos dirigentes, muito menos que aquela vaga era justamente a dele.
    Agora não apenas as minhas bochechas estavam vermelhas, mas todo o meu rosto. Podia sentir o rubor se espalhando pelas minhas orelhas e descendo pelo meu pescoço. Nicole pigarreou ao meu lado. Então entendi que seu olhar não era o que eu pensava. Ele estava com raiva de mim. Meu chefe me odiava em meu primeiro dia de trabalho. Eu estava completamente fodida.
    - Bom... – Nicole começou a falar. – Esta é a nova secretária, Melissa Simon, que substituirá Abgail durante os quatro meses de seu afastamento.
    Eu o encarei, completamente apavorada. Ele ainda me olhava do mesmo jeito. Tive ímpetos de fugir daquela sala, mesmo que fosse pela janela, entretanto minha covardia era tanta que não me permitiu fazer isso. Nicole passou para as mãos dele um papel que deduzi ser a minha ficha, ou algo parecido. O Sr. Carter não levou dois segundos analisando-a.
    - Acho que alguém precisa explicar a Srta. Simon nossas regras e o quanto o meu tempo é precioso para que eu o perca por motivos banais, como não encontrar a minha vaga disponível.
    Meus lábios se abriram para responder, no entanto minha voz não saiu. Confusa e atormentada por tantos desencontros apenas percebi Nicole falar.
    - Não se preocupe Robert. Melissa e eu vamos fazer hora extra hoje para que possa colocá-la a par da sua rotina de trabalho – ela parecia embaraçada.
    - Ninguém nesta empresa faz hora extra, a não ser que seja estritamente necessário – repreendeu olhando-a atentamente. Nicole o encarou e parecia irritada, mas sua voz saiu suave.
    - Eu conheço perfeitamente as regras Sr. Carter. Sou a responsável por elas – seus olhos chamuscaram. – Eu e Melissa não faremos isso aqui. Apenas vamos passar algumas horas juntas, após o expediente, para que amanhã, ela esteja mais bem preparada para exercer suas funções – pensei em questionar, mas quem era eu para dizer qualquer coisa depois de tantas mancadas?
    - Ótimo! – sem olhar novamente para qualquer uma de nós. – Srta... Simon? – senti choques pelo meu corpo só pela forma como ele falou meu nome. – Já que é a responsável, conserte. Sua primeira responsabilidade é devolver meu carro ao seu devido lugar – estendeu a chave sem me olhar. Seus olhos estavam atentos às correspondências que estavam sobre a minha mesa.
    - Mas... – Eu ia protestar. Como eu saberia qual era o seu carro? E eu não tinha culpa, foi apenas um equívoco.
    - Em dez minutos chamarei a senhorita para lhe passar sua segunda responsabilidade – puta que pariu!
    Quando Abgail reclamava do gênio dele não podia imaginar que era disso que ela falava. Sem pensar duas vezes peguei a chave e fui em direção ao elevador. Pelo canto dos olhos vi que Nicole deu alguns passos em minha direção.
    - Você fica, Nick. Você também, Alexa. Precisamos conversar – foi incisivo. Logo depois ouvi a porta se fechar atrás de mim, ficando apenas o silêncio absoluto.

6 comentários:

Unknown disse...

Amo tanto essa história! estava morrendo de saudades dela! não vejo a hora de estar com meu livro em mãos!

Unknown disse...

Adorooooo. Parabéns hj e sempre essa história e uma delicia.

Unknown disse...

Amei o livro!!! to ansiosa pela continuaçao!

Unknown disse...

Oi Tatiana,
Acabei de terminar de ler o primeiro livro do Robert e da Mel no kindle.
Por favor, quando sai o próximo?
Não vou aguentar ficar sem saber o que aconteceu.
Parabéns, seu livro é ótimo.
Mas sério mesmo, quando sai o próximo?
Aguardo ansiosa.

Arthur Gonzalez disse...

Eu amei o livro, super ansiosa p saber sobre o segundo volume! Me prendeu do começo ao fim!

Unknown disse...

Ameiiii quando sairá o segundo????

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