Meu novo livro: Casei. E agora?

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Este é o meu novo livro "Casei.E agora?". Estou postando um pouco do que vocês vão encontrar nele. Espero que gostem de Cléo e Douglas. Bjs


Vinte dias antes


    - Vem Cléo. Vamos cantar.
    Jessye me gritava ao lado do aparelho de karaokê. Eu apenas balancei a cabeça,
Negando, enquanto bebericava meu suco de laranja artificial, encostada ao balcão do bar que ainda se organizava para atender aos seus clientes.
    - Não tem graça sem você. Sua voz é a mais bonita – Revirei os olhos e dei as costas as minhas amigas reafirmando a minha falta de vontade em colaborar com o
divertimento delas.

    Meu nome é Cléo, tenho 25 anos, sou colunista de um jornal e escrevo sobre sentimentos e vida. Sou formada em jornalismo, mas me especializei em literatura. Escrever sempre foi um grande sonho. Já saí da faculdade empregada, o que foi uma grande vantagem para a minha independência financeira. Dei a sorte de ver meus artigos caírem no gosto da população norte-americana.
    Sou brasileira, mas moro nos Estados Unidos há sete anos, quando consegui ser aprovada em uma das melhores faculdades da Califórnia , desde então, os Estados Unidos da América tem sido o meu lar. Não sei ao certo como me deixei levar pelo sonho de morar tão longe da minha família, ou da minha terra que tanto amo, mas o fato é que aqui estou e não tenho previsão para voltar.
    Eu sou noiva, aliás, foi por este relacionamento que eu larguei tudo em busca de uma vida nova ao lado de John. Até hoje me pergunto como ele conseguiu me convencer. Jonathan também é brasileiro e também tem 25 anos. Ele é economista e recentemente conseguiu um emprego em uma grande empresa. O que para ele é motivo de orgulho. Claro que me orgulho também por ele, mas...
    Nós começamos a namorar quando tínhamos 15 anos. Sim. São dez anos de relacionamento. Ele é o meu primeiro namorado, primeiro amor, primeiro tudo. Assim como eu sou para ele. Foi dele o sonho de morar nos Estados Unidos, sempre foi. Eu apenas o segui.
    Neste momento eu estou em Las Vegas, a cidade do pecado, com minhas três melhores amigas: Jessye, Sandy e Hilary. Nós nos conhecemos na faculdade. Jessye e Hilary são jornalistas, cursaram a mesma faculdade que eu, embora em anos diferentes, no entanto Sandy é dentista.
    Sandy e Jessye são amigas desde a infância, por isso acabamos nos tornando amigas também. Jessye é uma espécie de super irmã. Fala muito, é bastante divertida, extrovertida ao extremo. É ela quem sempre consegue nos convencer a fazer as loucuras que fazemos como esta viagem a Las Vegas. Jessye é alta, magra, cabelo ruivo e olhos verdes, uma combinação perfeita para um rosto tão bem desenhado. Poderia conseguir algo como modelo, mas ela, apesar de gostar da ideia de ser bonita, gosta de ser jornalista, mesmo sendo a garota do tempo de um jornal diário, e mesmo sabendo que não conseguiu o emprego pela sua capacidade profissional e sim pela sua beleza em frente às câmeras.
    Sandy é totalmente o oposto de Jessye. Ela é tímida, meiga, romântica. Fala pouco, mas topa todas as loucuras da Jessye, acho que esta é a forma que ela encontra de reafirmar a sua amizade. Minha amiga é algo gostoso de ver, quer dizer... Sandy não é alta, mas não é baixinha, possui cabelos castanhos, que seguem em linha reta até a altura dos ombros e são tão lisos e pesados que ganham movimento próprio a qualquer gesto dela. Seu rosto é fino com um queixo bem desenhado. Os olhos possuem o mesmo tom dos cabelos, castanhos escuros. Sua fisionomia dizia exatamente o que ela era: Uma romântica.
    Hilary é a que mais se parece comigo. Não somos muito de extrapolar, mas também não somos tímidas. Somos racionais, porém algumas vezes nos deixamos levar pelas emoções. Acreditamos no amor, contudo achamos que respeito e amizade estão acima desse sentimento.
    Hilary é loira, tem olhos azuis e é dona de um corpo incrível. No entanto, ela nunca está satisfeita com ela mesma, como com o nariz, por exemplo. Ela operou duas vezes nesse tempo em que a conheço. Colocou silicone, fez “lipo” e malha de maneira obsessiva. Entretanto, é uma pessoa incrível.
    Você deve estar se perguntando o que estamos fazendo em Las Vegas. A história
é longa, mas a verdade é que após dez anos de relacionamento, e três morando sob o mesmo teto, eu e John resolvemos oficializar a nossa união. Um pouco por pressão minha, admito.
    Aqui, nos Estados Unidos, morar junto não caracteriza casamento, dessa forma éramos apenas noivos que dividiam um apartamento. Eu queria ser casada. Quero ser casada! Com direito a vestido de noiva e tudo o mais.
    John aceitou oficializar a nossa união com uma condição: Nós passaríamos um mês separados. Separados mesmo. Não nos falaríamos. Não nos veríamos. Não existiria o relacionamento, a fidelidade, o companheirismo. Simplesmente seríamos solteiros outra vez, por um mês.
    Motivo? Ele achava que apesar da certeza do amor que sente por mim, não tínhamos vivido outras experiências. Tínhamos sido apenas nós dois o tempo inteiro, e isso, de acordo com os pensamentos dele, não era saudável para o relacionamento. Para o nosso relacionamento.
    Eu nunca senti falta de maiores experiências. Ele tinha sido o suficiente para mim, mas essa foi a condição dele e após uma semana chorando e outra tentando ser o mais racional possível, decidi aceitar.
    Lógico que minhas amigas não concordaram com isso. Aliás, elas acharam tudo um absurdo. E é por isso que estamos aqui. Elas acreditam que se ele tem direito a este mês curtindo e adquirindo novas experiências, eu também deveria ter.
    E a minha opinião? Eu apenas queria poder me trancar no quarto e dormir o mês inteiro até tudo se normalizar, mas claro que elas não permitiriam que isso acontecesse.

                                                              ***



Dezessete dias antes

    - Simmmmmmm!
    O som ecoava em minha cabeça.
    Senti o gosto amargo em minha boca tão logo recuperei a consciência de que respirava. Estando entre o mundo dos sonhos e a realidade, ainda não conseguia entender onde estava, ou o que tinha acontecido, só sabia que minha boca estava seca, com um gosto amargo, além de que a minha cabeça doía muito. Abri os olhos e imediatamente me incomodei com a claridade. O que tinha acontecido?
    Movi minhas pernas com cuidado para ter certeza de que tudo estava bem com o meu corpo, se é que eu poderia chamar as minhas sensações de bem, e então percebi que eu estava acompanhada na cama. Para piorar o meu desespero, no mesmo momento entendi que estava nua. Coberta por um lençol, mas nua. Tomei consciência do braço forte que entrelaçava a minha cintura colando meu corpo ao dele. Meu coração acelerou. Meu Deus, o que eu fiz?
    Levantei assustada sendo imediatamente arrematada pela vertigem. Pensei que iria desmaiar. A dor na cabeça aumentou e junto com ela uma forte náusea me dominou. Ressaca. Que droga!
    Eu tinha até medo de olhar para quem estava ao meu lado. Tinha dormido com um estranho. Um estranho! Bem... Eu sabia que tinha dormido, mas não me lembrava de absolutamente nada. Ou quase nada. Pelo menos não da parte principal.
    Lembrava que tinha encontrado Douglas no cassino e que tínhamos bebido um pouco. Tudo bem, eu bebi muito. Já estava bebendo quando o encontrei. Lembro que ficamos conversando e lembro que ele me beijou? Ai meu Deus! Isso só pode ser um pesadelo.
    Tapei o rosto com as mãos tentando expulsar meus pensamentos e lentamente virei-me para a pessoa que estava deitada ao meu lado na cama.
    - Por favor, não seja ele. Por favor, não seja ele... – Era ele. – Ai não! –Praticamente gritei. – O que você faz aqui comigo? – Agora sim eu gritei.
    Douglas estava começando a acordar e se assustou com o meu grito. Imagino que minha reação deve ter sido a mesma da dele, porque inicialmente ele ficou confuso e também nauseado com os efeitos da ressaca e só depois se deu conta de que estávamos na mesma cama e sem roupa. Ao menos eu estava coberta, mas ele... Deus que corpo lindo! Não. Eu não posso pensar assim.
    - Cléo? – Ele estava tão confuso quanto eu. – O que aconteceu?- Seu olhar era questionador, mas depois seus lindos lábios se abriram me fazendo entender o que ele estava pensando.
    - Definitivamente não. Não sei o que aconteceu. Não me lembro de nada, mas, não.
    - Parece que sim – Continuou sorrindo. – Tudo bem. Eu também não me lembro de nada além de pequenos fragmentos – Douglas colocou a mão na testa. – Minha cabeça dói.
    - Você está de ressaca. Nós estamos – Estava entrando em pânico. – Dá para você se cobrir?
    - Nossa! – Douglas puxou o lençol e se cobriu, parcialmente, pois seu peitoral estava descoberto, e era uma visão e tanto. Com certeza ele malhava. Desviei os olhos. Ele tapou o rosto com as mãos e se jogou para trás. – Nós nos casamos ou isso faz parte dos meus sonhos?
    Imediatamente o “Simmmmmmm!” estrondoso voltou a minha mente. Como “flash back”, diversas imagens voltaram a minha mente. Eu tinha me casado. Eu tinha me casado. Eu tinha casado. Minha respiração acelerava. Eu tinha me casado e com o Douglas.
    - Não – eu arfei.
    - Que ótimo! – Disse aliviado. – Eu estava pensando que era verdade. Já pensou...
    - Sim – Eu olhava fixamente a parede a minha frente.
    - Sim o que? Eu nem terminei de falar. Como você pode pensar em algo que eu nem disse?
    - Não – estava completamente confusa.
    - Você ainda está bêbada, Cléo – Douglas ficou sem paciência.
    - Nós nos casamos, seu idiota – O pânico tomou conta de mim.
    Levantei puxando o lençol comigo e comecei a caminhar pelo quarto. O quarto dele. Oh Droga! Tremi só de pensar em tudo o que fizemos naquele quarto. Voltei a olhar para ele e me arrependi, ou não. Como eu tinha saído da cama com o lençol, ele voltou a ficar descoberto.
    “Deus, como eu não me lembro disso? Quer dizer... É algo para ser lembrado não é? É tão... Pare com isso, Cléo! O que está acontecendo com você?”.
    - Você poderia colocar alguma roupa?
    - Nós estamos casados – Só podia ser uma piada, mas ele falava sério.
    - Isso não lhe dá o direito de ficar se exibindo para mim. Eu nem me lembro disso. E não foi um casamento de verdade. Ou foi? – Implorei internamente para que não fosse.
    - Cléo? Nós estamos casados. E agora? – Percebi que ele estava tão assustado quanto eu.
    - Vista suas roupas e vamos voltar a aquele lugar para tentar anular tudo.

    Douglas rapidamente levantou me dando uma visão mais ampla da sua bunda.  “Realmente é linda! Sandy precisa saber disso”. Tive que rir, moderadamente, dos meus pensamentos.

3 comentários:

Renata Lamela Lenke disse...

Adorei !!!!!!!!
Quando é o lançamento ????
bjssssssssssss

Guerreira Solitária 12 disse...

E quando vc lanca ele????????

Tatiana Amaral disse...

Oi pessoal! Pretendo lançar de maneira independente pelos sites apropriados para isso. Acho que até o final do mês já estará no mercado. Bjs e obrigada pelo carinho.

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